O comandante dos Bombeiros Voluntários de Braga, António Cerqueira, deixou o cargo esta terça-feira, decorridos 15 anos, depois de três comissões de serviço, não estando para já nomeado um novo responsável definitivo, dado que o seu sucessor, José Alberto Lomba, ainda tem pendentes questões judiciais com a antiga corporação, em Vila Verde.
António Cerqueira, de 63 anos, poderia ficar no comando até completar 65 anos, só que entendeu ser o momento certo para a renovação interna, deixando à direção presidida pelo capitão António Miguel Ferreira o caminho livre para escolher um novo comandante, ao ter comunicado oficialmente a sua decisão, há quase dois meses, no dia 16 de novembro.
O comando de António Cerqueira ficou marcado pela pacificação do corpo ativo, tendo criado de raiz uma nova geração de bombeiros, parte dos quais são atualmente subchefes, promovendo mais de uma dezena de escolas de candidatos e apostando na formação dos seus elementos, a ponto de alguns serem eles próprios formadores em diversas áreas, até mesmo na Escola Nacional de Bombeiros, para além de outras instituições de formação.
Imbróglio judicial
Segundo apurou o i, ao contrário daquilo que se previa, não avançou para tais funções o ainda comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila Verde, sargento-mor José Alberto Lomba, dado que mantém um contencioso com a direção da corporação vilaverdense, em várias instâncias judiciais, sendo que, ao contrário do que pensava, não pode desistir de pelo menos um dos processos, por envolver alegados crimes públicos então denunciados pelo próprio militar aquando da não renovação da sua comissão de serviço em Vila Verde.
A direção dos Bombeiros Voluntários de Braga foi assim apanhada de surpresa e passou o dia de hoje em Lisboa, na Autoridade Nacional de Proteção Civil, a tentar ultrapassar o imbróglio, desconhecendo-se se a situação será desbloqueada, para José Alberto Lomba, por haver contornos legais dificilmente contornáveis por causa do processo de Vila Verde.