O fumo negro que saía do telhado do número 91 da rua Infantaria 16 foi o sinal que chamou a atenção dos moradores de Campo de Ourique para o incêndio que deflagrou esta sexta-feira, por volta do meio-dia. O alerta foi emitido às 12h47 e o fogo foi extinto em menos de uma hora.
Antes das autoridades chegarem, foram os moradores e comerciantes quem ajudaram a evacuar o edifício. Joana Moreira não teve medo do fumo e entrou pelo prédio para “tocar às campainhas”. “A porta estava aberta, entrei, chamei as pessoas. A PSP chegou logo de imediato e fez o mesmo”, acrescenta lembrando que uma das moradoras “estava mais nervosa por causa dos animais”.
Também Joana Fonseca, farmacêutica na farmácia Lobel, do outro lado da estrada, foi dar uma ajuda: “Demos água, confortámos. Principalmente os andares de cima que ficaram destruídos e essas pessoas têm filhos pequenos, inclusive um bebé de colo”, conta.
Para além do edifício atingido pelo fogo, a proteção civil, em conjunto com a PSP, evacuou os prédios adjacentes por uma questão de “prevenção e segurança”, “desde logo por causa da questão da inalação de fumos”, explicou ao i Carlos Manuel Castro, da Proteção Civil. "Não há vítimas a registar, os danos que existem são só materiais", acrescentou.
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A combater o incêndio estiveram “cerca de 40 bombeiros, entre sapadores e bombeiros de Campo de Ourique”, auxiliados por seis viaturas. Às 13h22 o fogo foi dado como controlado, tendo sido declarado como extinto às 13h33. “Neste momento o que está a ser feito é uma análise por parte do regimento dos sapadores de bombeiros, a equipa da Proteção Civil já acionou as equipas técnicas do município para fazer um ponto de situação”, acrescenta Carlos Manuel Castro reforçando que para além dos danos provocados pelo incêndio é preciso ter em conta também as infiltrações de água do combate às chamas.
O prédio em questão estava em obras há cerca de 15 dias. Carlos Saldanha era um dos trabalhadores e estava a construir uma escada de incêndio nas traseiras do prédio garantindo que “a obra do telhado já tinha terminado”. O fogo começou quando Carlos e os seus colegas estavam na hora de almoço e, ao chegarem, “estava a começar uma fumaça a sair lá de cima”. “Nós ainda corremos e tentamos apagar com uns baldes de água mas já estava muito forte”, acrescenta.
Os moradores do prédio atingido pelo incêndio não vão poder regressar esta sexta-feira às suas casas, mas os habitantes dos edifícios vizinhos já tiveram luz verde para regressar. “É preciso uma intervenção de fundo porque a cobertura foi toda destruída, é preciso um telhado novo”, explica Carlos Manuel Castro. “Se as pessoas tiverem condições pelos seus meios pessoais, familiares ou amigos, onde possam pernoitar durante este tempo tudo bem. Caso contrário a equipa da Proteção Civil irá procurar as respostas para que as pessoas tenham o acompanhamento necessário.”
As causas que levaram ao incêndio ainda não foram apuradas. "Quando há um fogo, a nossa preocupação é salvaguardar as pessoas e combater o fogo. Portanto nós não conseguimos chegar ao local e saber de forma imediata – só em casos muito evidentes – o que é que aconteceu. Não é essa a nossa preocupação", afirmou Carlos Manuel Castro.