A União Europeia está a preparar-se para estender o prazo de saída do Reino Unido da UE, pelo menos até julho. A data estabelecida era 29 de março, porém, Bruxelas considera improvável que a primeira-ministra britânica, Theresa May, consiga aprovar em tempo útil o acordo de saída negociado com a UE no parlamento britânico. A comissão europeia espera, assim, que Londres peça a extensão nas próximas semanas.
Na prática, assim que Downing Street fizer o pedido, será convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, uma cimeira extraordinária de líderes europeus, para avaliar o pedido de extensão.
Responsáveis europeus, citados pelo “The Guardian”, dizem que a duração da extensão será determinada pelos motivos apresentados por May. Uma das fontes afirmou: “Caso o a primeira-ministra se mantenha, e nos informe que necessita de mais tempo para convencer o parlamento do acordo, ofereceremos uma extensão técnica até julho”. Uma extensão mais prolongada poderá ser oferecida, caso sejam convocadas eleições ou um segundo referendo.
A sobrevivência política de May parece cada vez mais difícil, após a decisão do parlamento que obriga a líder britânica a apresentar um novo plano de saída, até três dias depois da votação, que ocorrerá esta terça-feira.
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, garantiu que, caso os parlamentares rejeitem o acordo negociado por May, apresentará uma moção de censura à primeira-ministra, podendo levar a eleições antecipadas. Apesar de não dar uma data concreta para apresentar a moção, o líder trabalhista afirma que será “em breve”.
Caso falhe em derrubar a primeira-ministra, Corbyn deixou a porta aberta a um segundo referendo, solução preferida por boa parte dos seus apoiantes, tal como por vários deputados trabalhistas. No entanto, diz que pessoalmente acha preferível “uma saída negociada agora, caso possível, para evitar o perigo de uma saída não negociada da UE”, que segundo Corbyn seria “catastrófica para a indústria e para o comércio”. Editado por José Cabrita Saraiva