O risco de pneumonia aumenta quase 100 vezes nesta época, em especial devido ao pico da gripe, potenciadora da doença.
Portugal é, atualmente, o país europeu com maior taxa de mortalidade por pneumonia, “uma doença prevenível por vacinação”, sublinha o Movimento Doentes pela Vacinação, através de comunicado.
“Mais do que tratar uma Pneumonia, devemos preveni-la. Podemos fazê-lo em qualquer altura do ano e, no caso dos adultos, basta uma dose única. Pessoas com mais de 65 anos, ou todos os adultos que apresentem comorbilidades crónicas como diabetes, asma, doença respiratória crónica, doença cardíaca, portadores de VIH e doentes renais, estão mais vulneráveis, e por isso têm particular indicação para a imunização”, lê-se no mesmo texto.
Segundo o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, registam-se 57 óbitos por pneumonia por cada cem mil habitantes, o dobro da média na União Europeia.
“Só por si, a gripe intensifica o risco de pneumonia”, explica o presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão, José Alves, acrescentando que a “prevenção continua a ser a melhor solução para travar esta doença”.
Os sintomas das duas doenças são semelhantes, sendo que maioria da população tem dificuldade em distingui-los, o que muitas vezes pode subvalorizar situações mais graves.
Para o coordenador do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, “o conhecimento dos sintomas, o recurso atempado aos cuidados médicos e sobretudo a sua prevenção, com a vacinação contra a gripe e a vacinação anti-pneumocócica, poderão fazer toda a diferença”.
Sublinhe-se que tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo são sintomas possíveis da pneumonia, que podem surgir como complicação de uma gripe. Deve estar-se particularmente atento a quadros de gripe que não apresentem melhorias, ou que vão piorando de forma continuada.
Todos os anos morrem cerca de 1,6 milhões de pessoas em todo o mundo devido a pneumonia, sendo por isso uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Em Portugal, os custos em tratamentos e internamentos representam gastos de 80 milhões de euros anuais, nos casos mais graves.