Começou hoje o “grande debate nacional” prometido pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para reconciliar a sociedade francesa com a sua presidência e retirar fôlego ao movimento dos coletes amarelos. O primeiro debate foi na vila de Grand Bourgtheroulde, na Normandia, e contou com a presença de Macron e de 600 presidentes de câmara. A iniciativa terá a duração de dois meses e tem como objetivo criar um “novo contrato para a nação”.
Numa primeira fase organizar-se-ão reuniões nas câmaras por todo o país numa base voluntária, com os presidentes de câmara e/ou residentes a poderem propor a sua realização, com o acesso às instalações municipais e auditórios locais a estar garantido. Nestas sessões, os franceses poderão apresentar ideias e propostas sobre as políticas públicas que querem ver aplicadas no país. A partir de 21 de janeiro, os cidadãos poderão fazer propostas online, onde também poderão consultar as datas dos debates nas suas localidades.
Por fim, e numa segunda fase, o governo irá organizar “conferências regionais de cidadãos” com a presença de 100 pessoas escolhidas através de sorteio para fazer propostas concretas.
Macron anunciou a iniciativa antes do fim de ano, numa tentativa de acalmar a raiva sentida na sociedade francesa contra a sua presidência, em parte representada pelo movimento dos coletes amarelos, que há mais de dois meses sai às ruas todos os sábados. Na segunda–feira, o presidente voltou a reafirmar a intenção de abrir um debate nacional ao escrever uma carta, divulgada pela imprensa francesa, a apelar aos franceses para apresentarem ideias e sugestões para futuras políticas. “Nenhuma questão está proibida”, escreveu o chefe de Estado. “Não vamos concordar em tudo e isso é normal, é a democracia. Mas pelo menos mostraremos que somos um povo que não receia falar, trocar ideias e o debate.”