A primeira-ministra britânica, Theresa May, irá revelar o seu plano B para a saída do Reino Unido da União Europeia, esta segunda-feira às 15h e 30. O seu plano inicial, negociado com a UE ao longo de mais de dois anos, foi chumbado a semana passada no parlamento, numa das mais expressivas derrotas parlamentares de um governo britânico na história moderna.
O executivo de May garantiu a semana passada que o seu foco seria em conseguir negociar para além das linhas partidárias. Apesar de ter reunido com vários outras formações políticas, não conseguiu negociar com o Partido Trabalhista, liderado por Jeremy Corbyn. O líder trabalhista recusou em reunir com a primeira-ministra, até que ela garantisse que estava fora de questão uma saída não negociada da UE.
O foco de May será agora conseguir a aprovação dos deputados descontentes dentro do seu próprio partido, tal como os seus aliados do Partido Unionista Democrático (DUP), que dão apoio parlamentar ao governo desde a eleição de 2017. Um dos principais motivos em disputa é são as salvaguardas a uma fronteira física entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda. A UE recusa a possibilidade desta fronteira, pois receia que reacenda tensões sectárias na ilha da Irlanda. Já o DUP e os conservadores descontentes temem que as salvaguardas sejam uma maneira de manter o Reino Unido alinhado com a política económica e alfândegária da UE.
A primeira-ministra britânica terá tentado iniciar negociações bilaterais com a República da Irlanda, para tentar ultrapassar a necessidade de salvaguardas fronteiriças, e conseguir persuadir o seu próprio partido e aliados a apoiá-la. No entanto, a ministra dos Negócios Europeus irlandesa, Helen McEntee, já veio garantir que não aceitaria negociações bilaterais. "Esta negociação é entre a UE e o Reino Unido" considerou a ministra.