A França e a Alemanha assinaram ontem um novo tratado, formalizando a cooperação já existente entre os dois países, que defende os valores da construção europeia e estabelece posições comuns e declarações conjuntas em matéria de segurança, nomeadamente agindo como força conjunta na NATO.
As duas nações comprometeram-se ontem, na cidade alemã de Aachen (a que os franceses chamam Aix-la-Chapelle e que mudou várias vezes de mãos ao longo dos séculos), a aprofundar “a capacidade da Europa de agir autonomamente”, através da criação de um exército europeu.
A chanceler alemã, Angela Merkel, referiu que estes são “tempos especiais”, com a emergência do populismo e do nacionalismo na Europa e no mundo e com a União Europeia a perder um dos seus membros, o Reino Unido, pela primeira vez na sua história.
“Estamos empenhados em de-senvolver uma cultura militar comum, uma indústria de defesa comum e uma linha de exportação de armas comum”, explicou Merkel.
Emmanuel Macron, por seu lado, sublinhou que prefere “olhar a Europa na cara e reforçá-la para proteger” os seus povos, porque “aqueles que esquecem o valor da paz e espalham mentiras são cúmplices dos crimes do passado”.
Para o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, “a cooperação franco-germânica” tem sido, ao longo de décadas, “essencial para a segurança e estabilidade da Europa”. Stoltenberg considera que este tratado mostra “como a Europa chegou longe depois da devastação da ii Guerra Mundial”.
Donald Tusk, o presidente do Conselho Europeu, foi menos entusiasta: “Vou ser franco: a Europa precisa hoje de um sinal claro de Paris e de Berlim de que reforçar a cooperação em formatos pequenos não é uma alternativa para a cooperação em toda a Europa. Que é pela integração, e não em vez da integração.”