Rui Maria Pêgo esteve à conversa com Rita Ferro Rodrigues na plataforma digital “Elefante de Papel”. O apresentador falou de várias fases da sua vida e abordou ainda a sua orientação sexual.
“No meu caso, achava graça a raparigas, mas de repente achava a rapazes mas não percebia o que isso significava, nem se quer me era muito permitido pensar sobre isso porque no meu universo não existia, não tinha exemplos dessa realidade… E depois, ainda existe o pecado e com isso não digo que a minha vida foi um inferno. Não foi, eu não fui vítima de bullying ostensivo (…) mas tenho situações da minha vida que são desse contraste: ‘Eu se calhar não pertenço aqui, posso até não pertencer a esta sociedade de alguma maneira’ “, recordou.
O filho de Júlia Pinheiro relembrou o momento em que contou aos pais.
“Acabei por contar aos meus pais, tinha 19 anos… Foi sentado na sala. Eu não preparei nada… Eu andava muito triste, a minha mãe estava muito preocupada, sentou-me na sala e perguntou-me se tinha a ver com a minha orientação sexual e eu disse sim. Os meus pais estavam cansados de saber”, referiu.
Relativamente ao facto de tonar pública a sua orientação sexual, Rui Maria Pêgo confessa que sentiu que seria importante partilhar.
“Tornar visível é tornar igual (…) Uma das coisas que mais me custou foi não ter ninguém a quem ligar. Eu sei muito bem o que é viver com um segredo. Toda a gente que vive com um, sabe que isso nos desfaz em situações completamente absurdas”, disse.
“Vives com uma ansiedade que não é tua, vives com um medo de seres descoberto”, acrescentou.
“A parte boa da visibilidade é: não só tu não te escondes como ajudas a que outros tenham a vontade de o fazer, não que tenha de ser obrigatório, mas a vida é muito melhor assim”, concluiu.