Hortêncio Coxi, o homem que diz ter sido vítima de violência policial no bairro da Jamaica, no Seixal, diz que quer justiça e não mais violência.
"Nós passamos uma mensagem a todos os manifestantes para que façam uma manifestação pacífica, sem agressões e sem violência", disse Hortêncio Coxi, de 31 anos, citado pela agência Lusa. Coxi tinha estado reunido com o cônsul de Angola em Lisboa.
"Não vamos misturar as coisas e generalizar tudo. Nós estamos à procura de justiça, não de violência", acrescentou.
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Hortêncio Coxi, que vive no bairro da Jamaica há 19 anos, espera que o que aconteceu no domingo passado traga mudanças na abordagem aos bairros sociais.
"A autoridade, quando entra num bairro social, muitas vezes, entra já de uma forma muito violenta (…) Eles [autoridades] não sabem o que se passou no bairro", afirmou.
"Dentro de um bairro vivem pessoas honestas, vivem pessoas trabalhadoras (…) ninguém escolhe emigrar do país dele para vir viver num bairro social", acrescentou.
Fernando Coxi, pai de Hortêncio, também esteve presente na reunião e fez questão de deixar a mesma mensagem que o filho: “Nós pedimos que não haja mais grupos a fazer manifestação, a escandalizar, a fazer aquilo que estão a fazer. Nós não pedimos isso".
O pai de Hortêncio defende que algumas pessoas estão a “aproveitar-se” do que se está a passar com a sua família. “Não queremos criar ódio entre os outros irmãos daqui (…) todos nós somos cidadãos, todos nós somos pessoas", sublinhou.