Mais uma descarga poluente, no Rio Este, em Braga, sobressaltou esta segunda-feira os habitantes da cidade, que se mostraram bastante revoltados com aquilo que consideram a “ausência de respostas”, face às sucessivas denúncias para a Câmara Municipal de Braga.
Em três semanas foram três descargas poluentes, que matam os peixes, hoje a boiar, todos já sem vida, os cidadãos deixando com os cardumes cadavéricos junto à área pedonal e à ciclovia, havendo casos de pessoas que saíram imediatamente daquele espaço de lazer, para não assistirem “a tão triste espetáculo”, dizendo que “nunca houve tantas descargas”.
Das três descargas, à média de uma semana, desde o início deste ano, esta foi a primeira que apresentava bancos de espuma, segundo um grupo de cidadãos que denunciou mais um atentado ambiental aos peixes e ao único rio que passa pelo centro da cidade de Braga.
A mancha de espuma tinha cerca de meio quilómetro, tendo sido os próprios cidadãos a alertar o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da Guarda Nacional Republicana, lamentando “a falta de fiscalização camarária e a consequente impunidade”.
A Associação de Amigos do Rio Este (AREA) condenou o atentado ambiental e pede que “haja mais ação principalmente da Câmara Municipal de Braga e também das autoridades, que têm de ser mais rápidas e agir”, referindo um dos seus dirigentes Carlos de Faria, “ter questionado o presidente da Câmara Municipal de Braga [Ricardo Rio] se já procedeu à comunicação destes atos ao Ministério Público e continuamos a aguardar uma resposta”.
“Estes sucessivos atos demonstram a fragilidade de uma autarquia que se tem cingido a olhar para as diferentes cores que o rio leva de dia para dia”, acrescentou Carlos de Faria.
Desde que o atual executivo camarário, liderado por Ricardo Rio, tomou posse, em 2014, houve já 80 denúncias, de acordo com números oficiais a que o nosso jornal teve acesso.