Praxes terão levado a afastamento de dois comandantes da Marinha

Porta-voz nega relação com polémica das praxes na Escola Naval e diz que as substituições dos dois oficiais são “movimentos administrativos”

A Marinha Portuguesa substituiu os comandantes do Corpo de Alunos e 4.ª companhia mas nega que a substituição dos oficiais se tenha ficado a dever à polémica das praxes violentas, que já levaram à abertura de um processo de averiguações, após uma denúncia anónima recebida através das redes sociais.

O Diário de Notícias avançou, esta segunda-feira, que os dois comandantes – um capitão-de-fragata, que ocupava há pouco mais de um ano o cargo de comandante do Corpo de Alunos e o oficial subalterno responsável pelos alunos do quarto ano da Escola Naval – foram exonerados no início deste mês, devido à polémica das praxes.

Mas em declarações à TSF, o porta-voz da Marinha Portuguesa, o comandante Fernando Pereira da Fonseca, apesar de confirmar a saída dos dois militares da Escola Naval, garante que se tratou de uma questão de gestão interna.

"Os dois oficiais já não se encontram na Escola Naval, fruto de uma gestão administrativa interna da Marinha", afirmou Fernando Pereira da Fonseca."É uma gestão rotativa e normal que acontece numa instituição de instrução militar. Os oficiais ficam nos cargos enquanto a gestão de pessoal o determinar”, acrescentou.

Sobre o processo de averiguações na sequência da denúncia das praxes, o responsável adiantou que a Marinha ainda não identificou "qualquer evidência" de "maus-tratos e violência" contra alunos da Escola Naval.

Mas o “processo está aberto, ainda se continua a fazer averiguações", confirmou Fernando Pereira da Fonseca.

Recorde-se que a polémica na Escola Naval surgiu no final do ano passado, após denúncias de praxes nas quais os alunos teriam sacos colocados na cabeça, ficariam horas dentro de tanques com água e eram sujeitos a privação de sono.