O que, de facto, se torna novo, é o PNI 2030 ser transversal a três legislaturas governativas – basta fazer contas. Por assim ser, o Primeiro-Ministro, António Costa, entendeu solicitar um consenso alargado para as grandes decisões infraestruturais, por forma a que estas não fiquem reféns de cíclos governativos, correndo o risco de se tornarem obras iniciadas e nunca acabadas.
A história não mente, ao demonstrar que temos perdido imenso tempo e dinheiro sobre custos de uma decisão, para acabarmos numa não decisão. Os exemplos são múltiplos e – já agora – de evitar.
O País, que todos queremos, não pode andar embalado por eventuais mudanças governativas. Portugal e os portugueses merecem capacidade de planeamento, compromisso e execução. Para que tal aconteça, as visões de médio prazo são imprescindíveis, como garante do reforço competitivo e coesão interna, convergentes com a linha seguida pela União Europeia. Em suma, há que ter bases continuadas e sustentadas.
Nesta lógica, o PNI 2030 foi edificado – de forma aberta e participada – envolvendo diversos agentes económicos e sociais – numa reflexão, aberta e realista, de modo a que se atinja um amplo consenso sobre os investimentos que o País carece.
Já tive oportunidade de referir os 21.950 milhões de euros, apontados a 72 programas e projetos.
Destes, destacam-se transportes e mobilidade (12.678 milhões de euros); energia (4.930 milhões de euros); ambiente (3.570 milhões de euros); regadio (750 milhões de euros); estudos e projetos multissetoriais (22 milhões de euros).
As fontes de financiamento, também elas, estão, devidamente, identificadas: administrações públicas; setor privado; setor empresarial do Estado e fundos comunitários.
No que a Santarém diz respeito – já que sou residente e eleito no e por este distrito – cumpre-me assinalar a quadruplicação da Linha do Norte, com particular incidência para o troço Santarém/Entroncamento. Futuramente, ir de Lisboa ao Porto, demorará cerca de duas horas.
Ainda a nível distrital, é de salientar a construção da nova ponte de acesso ao eco parque do Relvão, requalificação das pontes da Lezíria do Tejo e a, mais que aguardada, ligação do IC9 à A1, em Fátima. Fica a faltar – mas ainda estamos a tempo – ligar a A13 (Almeirim) ao IC3 (Entroncamento/Vila Nova da Barquinha).
Obviamente, que estes investimentos não se esgotam aqui, dado que o País é um todo e como todo deve ser tratado, pelo que existem projetos – sérios e relevantes – do Minho ao Algarve, transversais a este vasto território.
A ser assim, e por assim ser, cumpre aos decisores políticos – também transversalmente – unirem-se em torno de algo concreto, com princípio, meio e fim.
Quem começa ou quem acaba… não importa! É irrelevante!!!
António Gameiro