As autoridades espanholas estão a investigar de que forma podem ser responsabilizados o proprietário do terreno onde ficava o poço, onde o menino de dois anos caiu, e o autor da perfuração ilegal
A Guardia Civil, segundo o El Mundo, pede a acusação de ambos, sendo que o dono do terreno perto de Málaga, em Espanha, sabe-se agora, é o próprio tio de Julen, o menino que caiu no buraco com mais de 100 metros de profundidade e 25 centímetros de diâmetro, cujo corpo foi resgatado sem vida após 13 dias de operações.
O tio de Julen e António Sánchez, responsável pela perfuração ilegal do poço, podem assim ser acusados de homicídio por negligência, um crime punido até quatro anos de prisão.
Fonte ligada à investigação defende que os dois homens têm responsabilidades e que devem ser punidos.
“Será a juíza a decidir, mas nós achamos que o dono da propriedade sabia da existência da poço e encomendou as obras ilegais que obrigaram a mover a pedra que estava a selar o furo. Organizou uma reunião familiar com crianças pequenas sem medidas de segurança que pudessem evitar que alguém caísse. Não havia sequer sinalização. Este homem convocou a sua família para uma zona de obras ilegais, sem segurança, a poucos metros da vala onde estava o poço. Resta saber se estava consciente desta situação”, afirmou, esta segunda-feira, a fonte, citada pelo El Mundo,
O proprietário do terreno,o tio de Julen, e o responsável pelo poço, Antonio Sánchez, tentaram atirar responsabilidades um ao outro nos seus depoimentos.
“O responsável pelo poço alegou que o dono da propriedade lhe tinha dito que tinha todas as autorizações para a obra, enquanto o proprietário do terreno alegou que o responsável pelas obras disse que estaria tudo feito segundo as normas”, referiu um dos agentes responsáveis pela investigação.
Recorde-se que a autópsia realizada ao corpo do menino, que caiu no dia 13 de janeiro e foi retirado no dia 24, aponta para um “traumatismo cranioencefálico grave”, apontando para que Julen tenha morrido após a queda de dezenas de metros.