O volume de negócios da empresa recuou no primeiro trimestre fiscal (5% face ao ano passado), para 84,3 mil milhões de euros, e as vendas ficaram aquém do esperado. No caso dos iPhones, o recuo em comparação com o ano anterior foi mesmo de 15%, mas os resultados dos serviços acabaram por conseguir reduzir este impacto negativo. Aqui entram serviços como a Apple Music e Apple Store e o resultado foi histórico: 10,9 mil milhões de euros.
As estimativas da empresa também animaram os investidores. Ao contrário das previsões mais pessimistas, a Apple fez saber que estima alcançar receitas entre 55 e 59 mil milhões de dólares entre janeiro e março deste ano, ou seja, no segundo trimestre fiscal.
Ainda assim, o facto de ter sido registada uma forte queda na venda de iPhones levou a empresa a tomar posição e foi anunciada uma descida dos preços fora dos EUA. O valor dos equipamentos passa a depender da moeda local e não da variação do dólar face às moedas dos países onde estão a ser vendidos. A ideia é travar a trajetória descendente nas vendas.
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A deceção com o Iphone X já tinha obrigado a Apple a criar uma saída de emergência. Para compensar a desilusão dos clientes em relação ao modelo que tanto prometia, a gigante tecnológica decidiu então lançar um trio de novos telemóveis: o maior Iphone de sempre, um modelo low cost e ainda um upgrade do iPhone X. No entanto, esta solução não foi suficiente. Vários analistas continuaram, aliás, a destacar a falta de procura do Iphone e muitos fornecedores começaram a fazer contas.
A isto somou-se o impacto da guerra comercial entre China e EUA. Para espanto de muitos, em dezembro do ano passado, a China decidiu proibir a venda de iPhones no país. A decisão foi anunciada depois de um tribunal chinês ter determinado o fim das vendas e das importações de inúmeros modelos da marca da maçã. Entre eles estavam o iPhone 6S, iPhone 6S Plus, iPhone 7, iPhone 7 Plus, iPhone 8, iPhone 8 Plus e o iPhone X.
Na base desta posição esteve uma acusação da Qualcomm. Esta fabricante de microchips norte-americana tem estado a tentar resolver a questão em tribunais de todo o mundo porque alega que foram violadas duas patentes. Uma das acusações tem a ver com ferramentas que permitem editar imagens e a outra diz respeito ao próprio ecrã dos telemóveis. Com a tomada de posição a favor desta empresa, as vendas da gigante Apple ficaram suspensas no país. De acordo com a CNN, a notícia não podia ter caído pior no seio da empresa da maçã porque falamos de modelos que representam cerca de 15% das vendas totais na China. Em resposta, a Apple apressou-se a recorrer da decisão deste tribunal e garante mesmo que todos os modelos da marca continuarão a ser vendidos: “O esforço da Qualcomm para proibir os nossos produtos é outro movimento desesperado de uma empresa cujas práticas ilegais estão a ser investigadas por reguladores em todo o mundo.”
Para já, com este recurso, a Apple poderá continuar a vender os modelos proibidos pelo tribunal até à decisão final, que ditará o futuro da empresa num mercado tão importante.
Recorde-se que o novo ano não trouxe boas notícias e não podia ter começado pior para a Apple. As ações começaram a cair depois de Tim Cook, CEO da empresa, ter assumido que as vendas deveriam ficar aquém do que seria ideal para a empresa manter contas semelhantes ao que já foi o passado da grande empresa da maçã.
De acordo com vários analistas, a Apple acabaria mesmo por ser obrigada a responder com uma descida dos preços dos iPhones. De acordo com a empresa Wedbush Securities, a forçar uma posição de emergência estava exatamente a queda das vendas destes aparelhos no mercado chinês.
Foi o que aconteceu.