O presidente da Junta de Freguesia de São Victor, em Braga, Ricardo Pereira da Silva, aceita “construção ordeira” para zonas adjacentes à área protegida das Sete Fontes, “desde que comprovadamente não afetem os lençóis de água ou ponham em causa a estabilidade dos monumentos”, preconizando “o diálogo entre a Câmara de Braga e os proprietários”.
O autarca local da maior freguesia urbana do concelho de Braga, Ricardo Pereira da Silva, em cuja zona alta se situa a zona monumental das Sete Fontes, comentava assim o motivo de discórdia entre a Câmara Municipal de Braga e um grupo de proprietários dos terrenos, que recebeu há cerca de dois meses, na Junta de Freguesia de São Victor, para perceber a razão de ser da posição dos donos das parcelas e tentar diálogo para ultrapassar o impasse.
“Se olharmos para o Central Park, de Nova Iorque, vemos um modelo de Parque cerceado pelas construções, mas de forma ordeira e bem ‘cozida’ com a natureza, não tem de haver incompatibilidade, tem é de haver ordenamento e planeamento urbanístico”, diz o autarca.
Segundo Ricardo Pereira da Silva, eleito como independente nas listas “Juntos por Braga” lideradas pelo presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, em relação ao qual já provou a sua verdadeira independência, num outro processo bastante polémico, quanto à venda a privados da antiga Fábrica Confiança, pelo Município de Braga, também no caso das Sete Fontes, “havendo diferendo de ideias entre a Câmara Municipal de Braga e os proprietários, há, de igual forma, instrumentos e entidades legais para dirimir esses conflitos, dando condições às partes para ninguém sair prejudicado” e viabilizar o Parque.
“Associar o verde da natureza à pureza das águas”
“O que a Junta de Freguesia de São Victor preconiza para aquele espaço é o mesmo que tem vindo a defender ao longo dos últimos anos, que deve ser um local exemplar para Braga, tornando-se um Parque Verde, associando o verde da natureza, à pureza das águas que ali nascem e aos monumentos que ali foram edificados para conduzir essa água até à cidade de Braga”, como referiu esta quinta-feira o autarca local, Ricardo Pereira da Silva.
“Deve ser um local acessível a todas as pessoas, porque, na ótica das cidades atuais e com a pressão urbanística e demográfica que estamos a sentir, estes espaços são fundamentais para serem locais de descompressão social e de barreira urbanística”, defendeu o autarca.
“Se a Câmara Municipal de Braga hoje tem uma visão de Parque, e assumindo o interesse público para uma melhor vivência na cidade, é certo que tem de se dotar de ferramentas que lhe permitam constituir o Parque Verde”, afirmou o autarca bracarense independente.
“A ideia do Parque já está delimitada geograficamente pelas construções que foram aparecendo ao longo dos tempos, contudo, sempre na lógica de um ‘remate’ urbanístico, poder-se-á permitir construções nas franjas da Travessa José Gabriel Bacelar, ou nas margens do Braga Retail Center, desde que comprovadamente não afetem os lençóis de água ou que ponham em causa a estabilidade dos monumentos”, salientou Ricardo Silva.