Os Estados Unidos vão sair do Tratado de Forças Nucleares de Médio Alcance, que proíbe a instalação de mísseis de curto e médio alcance na Europa, já este fim de semana. A confirmação surge depois do falhanço das últimas negociações entre a subsecretária dos EUA para o Controlo de Armas e Segurança Internacional, Andrea Thompson, e o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Ryabkov.
Washington insiste que Moscovo está a violar o tratado com os seus novos mísseis nucleares Novator 9M729. “Os russos ainda não reconhecem que estão em violação do tratado”, afirmou Thompson.
O governo russo nega que o alcance dos mísseis esteja abrangido pelo tratado e afirma que se trata apenas de um pretexto norte-americano para abandonar o tratado e desenvolver o seu arsenal nuclear. Para Ryabkov, “os EUA não estavam à espera de qualquer alteração e tudo isto foi um jogo para encobrir a sua decisão doméstica de sair do tratado”.
Posição que a resposta de Thompson parece admitir: “Agora poderemos desenvolver sistemas que não temos podido utilizar por estarmos a cumprir o tratado”. Porque, afirmou, “os EUA devem ter uma força nuclear moderna, flexível e sustentável, que seja segura”, não querendo com isto dizer que estejam criar novas armas nucleares: “Não, não estamos a fazer isso”.
O processo formal de saída dos EUA do tratado será iniciado no dia 2 de fevereiro e demorará seis meses a estar concluído. Ryabkov garante que Moscovo continuará a tentar chegar a um acordo, apesar do falhanço das negociações e de Washington ignorar as queixas russas e adotar uma posição que qualificou de “destrutiva”.