Artista que usou hóstias como obra de arte investigado por possível delito de profanação

O artista espanhol Abel Azcona, que está acusado de profanação, faltou esta terça-feira a uma audiência num tribunal de Berga, em Barcelona, justificando a sua decisão por se sentir perseguido. Em causa está o facto de Azcona ter utilizado hóstias como obra de arte.

De acordo com o El País, depois de uma denúncia feita pela Associação de Advogados Cristãos, Abel Azcona está a ser investigado por "possível delito de profanação, estabelecido no artigo 254 do Código Penal" espanhol, e "delito contra sentimentos religiosos", depois de, em 2016, durante uma performance, ter escrito a palavra “pederastia” com hóstias consagradas no chão da antiga capela do convento Cal Rosal.

O artista defende que pretendia denunciar os casos de abusos sexuais de menores cometidos por padres da Igreja Católica no mundo inteiro.

Esta terça-feira, ao faltar à audiência, Azcona enviou uma carta ao juiz de instrução do processo e justificou que se sente perseguido como artista, no seu direito à liberdade de expressão.

“A desobediência está intimamente ligada à liberdade, de modo que, uma pessoa pode chegar a ser livre mediante atos de desobediência, aprendendo a dizer não ao poder, ou às formas de violência que precarizam a sua existência", lê-se na carta, citada pelo jornal espanhol.