O presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC). da Polícia Judiciária, Ricardo Valadas, afirmou esta quarta-feira que “a PJ tem cerca de metade dos investigadores previstos pela própria Polícia Judiciária”, quantificando que deveriam ser 2.500 profissionais, mas neste momento a PJ tem somente cerca de 1.100 elementos.
Ricardo Valadas, que falava em Braga, durante uma concentração com os funcionários da PJ de Braga, inserida na greve nacional, explicou ao i que “são já precisos no mínimo 400 novos investigadores criminais para a Polícia Judiciária”, até porque “nos próximos três anos vai continuar a haver muitas saídas de inspetores por atingiram o seu limite de idade”.
Por isso, o presidente da ASFIC/PJ preconiza que para além do atual curso para 120 novos investigadores criminais, “haja mais dois concursos com número idêntico de vagas cada, a fim de colmatar as necessidades mais imediatas, que devia passar por concursos anuais, de forma a que os que vão sair possam passar a experiência aos mais novos”.
Para Ricardo Valadas, também presidente do Conselho Europeu de Sindicatos de Polícia, a alteração estatutária da carreira e da lei-orgânica da Polícia Judiciária, “são essenciais”, bem como recuperar nos últimos dez anos o ‘esquecimento’ que tem havido em relação à PJ e que é uma organização fundamental para o nosso Estado de Direito Democrático”.
Até numa lógica economicista, quanto ao financiamento necessário para apetrechar mais e melhor a Polícia Judiciária, com recursos humanos e ainda materiais, o inspetor Ricardo Valadas destaca “as elevadas quantias de recuperação de ativos realizadas durante as suas investigações criminais”, nos processos que investiga, “esquecendo-se que a PJ é além do mais das instituições que mais dinheiro e mais bens recupera para os cofres do Estado”.