Com o turismo a suportar as contas públicas, ganham sempre especial importância as perspetivas que são feitas. A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) já estimou como deverá ser este ano e a aviação é uma questão que levanta problemas. «Para 2019, as previsões apontam para um aumento do volume de negócios na ordem dos 2 por cento, tendo os preços subido 1,5 por cento em média. A situação financeira das empresas deverá manter-se nos níveis de 2018, enquanto os resultados líquidos deverão melhorar ligeiramente», diz a associação. No entanto, é dado destaque às quedas e à necessidade de pôr os mercados internacionais debaixo de olho. «Realce para as quedas de 6 por cento do principal mercado fornecedor de turistas, o Reino Unido, assim como dos mercados Irlandês (-8,5%) e holandês (-3,5%). O mercado francês assumiu-se, definitivamente, como o 6º mais importante da região com um share de 4,9% das dormidas totais».
E se, por um lado, muitos apontam o dedo ao Brexit, há quem sublinhe que é urgente olhar para o abandono do investimento em matéria de ligações aéreas. Desde que o descida do mercado britânico começou a dar nas vistas que se multiplicaram análises e alertas. A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), por exemplo, destacou que, «relativamente ao Reino Unido, que é o nosso principal mercado em dormidas, hóspedes e receitas, há diversos fatores que têm sido apontados. O Brexit e a consequente quebra da libra face ao euro; rotas que não foram repostas após a falência de companhias aéreas como a Monarch, a Air Berlin ou a Niki, com mais impacto na Madeira e no Algarve; e o ressurgimento da concorrência de destinos como a Turquia, a Tunísia ou o Egito».
Agora, o Algarve vê-se ainda a braços com as consequências da falência da Germania e tem estado a intensificar esforços para resolver a questão. Para a Associação Turismo do Algarve (ATA), a falência desta companhia é «mais uma notícia que não queríamos ter recebido, especialmente tendo em conta que a Alemanha é ́um dos principais mercados tradicionais do Algarve. Esta falência implica a perda de 4 rotas para o destino». No entender da associação, esta situação poderá representar uma «diminuição de aproximadamente 5% face ao número total de passageiros que aterram no aeroporto de Faro». A ATA, o Aeroporto de Faro e o Turismo de Portugal têm estado a reforçar negociações com outras companhias.