A leiloeira Weidler não apontou razões para a falha da venda das cinco aguarelas com paisagens bucólicas de Viena, nus e naturezas-mortas, cujo valor inicial era entre os 19 mil e os 45 mil euros. Mas a controvérsia e dúvidas sobre a autenticidade das telas pode ser um dos motivos para o fracasso.
Ainda assim, durante o leilão que decorreu no sábado em Nuremberga, foram vendidos dois objetos que terão pertencido a Hitler: um jarro de porcelana, por 5.500 euros, e uma toalha de mesa por 630 euros.
Também uma cadeira de vime com uma suástica nas costas, avaliada em 6.500 euros, ficou sem comprador.
O anúncio do leilão com as pinturas e objetos de Hitler provocou polémica na semana passada. A venda das peças foi criticada pelo autarca da cidade de Nuremberga, Ulrich Maly, que apelidou a venda "de mau gosto".
O catálogo inicial do leilão incluía outros 26 quadros – com a assinatura de A.H. ou A.Hitler – que iriam a leilão mas que acabaram por ser confiscados pela justiça alemã por existirem dúvidas sobre a sua autenticidade. Algumas obras estão acompanhadas de certificados de autenticidade, mas há suspeitas de os documentos terem sido falsificados.
"Estamos a investigar suspeitas de falsificação e tentativa de fraude", disse a procuradora-geral de Nuremberga Antje Gabriels-Gorsolke.
A leiloeira Weidler diz que as pinturas têm 23 proprietários diferentes e recusa qualquer irregularidade estando a cooperar com a polícia e com a Justiça alemãs.
Recorde-se que foi precisamente em Nuremberga onde os criminosos de guerra nazis foram julgados em 1945.