A Navigator apresentou lucros de 225 milhões de euros em 2018, um aumento de 8% face ao ano de 2017, e um volume de negócios de 1.692 mil milhões de euros, uma variação positiva de 3,3%. Já no que diz respeito às vendas, o número ficou aquém de 2017, registando uma diminuição de 18,5%, com 253 toneladas.
Os resultados foram apresentados pela produtora de papel portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na mesma altura é anunciada a saída de Diogo da Silveira, administrador e Presidente da Comissão Executiva.
Durante os últimos três meses do ano, a Navigator reduziu os volumes disponíveis para venda devido à passagem do furação Leslie que provocou paragem na fábrica da Figueira da Foz e à reconversão da Máquina de Papel 3 na fábrica de papel de Setúbal. No decorrer do ano, a Navigator também já tinha registado uma paragem para manutenção e conclusão de projeto de aumento de capacidade instalada e alteração no processo de produção de pasta, levando a uma paragem nesta linha de produção, algo que aconteceu também na fábrica de Setúbal.
No total do ano, no que diz respeito às vendas, a empresa fez um total de 1248 milhões de euros, 74% destas no setor do papel. Apenas 10% destas são provenientes de vendas de energia, 173 milhões de euros, resultado semelhante ao registado com a venda de pasta, 167 milhões de euros. "O período ficou marcado pela evolução favorável dos preços do papel UWF, pasta BEKP e Tissue, e pelos menores volumes disponíveis para venda devido essencialmente às paragens de produção ocorridas durante o ano", esclarece a empresa.
A empresa sentiu uma quebra de 1% no volume de negócios, totalizando 439 milhões de euros. No entanto, as vendas diminuíram 18,5% face ao mesmo período de 2017, num total de 253 toneladas, mas a evolução dos preços compensou estas quebras uma vez que, no total, o valor destas aumentou 1% para cerca de 167 milhões de euros.
No que diz respeito ao setor da pasta, as condições de mercado foram a principal causa para este aumento do preço de venda, uma vez que o valor médio do índice de preços de referência aumentou 21%, o que significa 880 euros por tonelada, e as vendas aumentaram em segmentos de valor acrescentado para 73% face a 2017. "Esta melhoria no mix de vendas permitiu uma evolução percentual do preço médio de venda da Navigator acima da referência do mercado (+25%)", pode ler-se.
As paragens influenciaram também a produção de papel. "A Navigator beneficiou de um aumento de 8,5% do preço médio face a 2017, o que permitiu compensar em valor a redução nos volumes vendidos, pelo que as vendas cresceram 4% para € 1 248 milhões", explicou a empresa. Neste setor, a Europa continua a ser o principal mercado da empresa com 58% das vendas do último ano. A nível global, a empresa vende para 130 países.
No que diz respeito à energia, a Navigator registou um aumento de 3,5% no valor da energia, num total de 173 milhões de euros, que reflete o aumento do preço de venda. "A energia elétrica associada à operação das centrais de ciclo combinado a gás natural beneficiou do acentuado aumento do preço do brent de referência face ao ano anterior, cerca de 32%, o que influencia diretamente o indexante da venda". No entanto, a produção bruta registou um decréscimo de 1,6% em relação ao ano anterior. A empresa destacou ainda o funcionamento da central sola fotovoltaica da Herdade de Espirra, com 350 painéis solares fotovoltaicos que funcionam em regime de autoconsumo.
A empresa explicou ainda que o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações aumentou 13% registando um total de 455 milhões de euros, confessando que “excluindo impactos não recorrentes relativos à venda do negócio de pellets e taxas anti-dumping” o EBITDA teria atingido 460 milhões de euros. Os investimentos totalizaram 216,5 milhões de euros para “concretização do plano de crescimento e desenvolvimento, que inclui a nova fábrica de Tissue em Cacia, o aumento de capacidade de pasta na Figueira da Foz e a reconversão da PM3 em Setúbal”.
Órgaos sociais
Nesta quarta-feira, a produtora de papel anunciou também a saída do presidente executivo da Navigator, Diogo da Silveira, marcada para dia 9 de abril. Segundo comunicado, este terá manifestado "vontade de não ser eleito para o novo mandato do Conselho de Administração, que se inicia este ano".
"É intenção do Conselho de Administração que a Presidência da Comissão Executiva da Navigator seja assumida pelo Senhor Eng. João Castello Branco entre a data da assembleia geral e a data da designação de um novo Presidente para a Comissão Executiva", explicou a empresa que agradeceu a Diogo da Silveira os resultados obtidos pela empresa e pelo trabalho feito no que toca ao processo de diversificação, atividade, transformação e modernização da Navigator.