A polícia da Papua Nova Guiné está à procura de quase 300 carros emprestados a funcionários do Estado, alugados para as deslocações dos chefes de Estado presentes na encontro de Cooperação Economica Ásia-Pacífico. "Há 284 veículos, cedidos para uso de funcionários durante o encontro que ainda não foram devolvidos", revelou o comandante da polícia Dennis Corcoran, que lidera as buscas. Entre os carros desaparecidos, estão Toyotas LandCruisers, Fords, Mazdas e Mitsubishis Pajeros. Os carros de luxo cedidos terão todos sido recuperados, "Todos os 40 Maseratis e os três Bentleys estão em excelentes condições, trancados num velho barracão nas docas", confirma o comandante.
A compra dos carros para o encontro chocou a Papua Nova Guiné. Cada um dos 40 Maseratis terá custado para cima de 200 mil dólares, enquanto o país enfrenta uma epidemia nacional de poliomelite, altos níveis de tuberculose, tal como falta de fundos para saúde, educação e outros serviços básicos. O objetivo do encontro seria de incentivar ao investimento externo, mas as imagens de Maseratis a serem descarregados no aeroporto despertaram a raiva da população, levando a greves e protestos com milhares de pessoas. "Os contribuintes têm o direito indisputável de saber como as suas contribuições a nível de impostos são gastas pelo governo", comentou Killie Sapu, presidente de um dos sindicatos presente nas mobilizações.
O primeiro ministro da Papua Nova Guiné defendeu a compra dos carros de luxo, planeando vendê-los "ao setor privado" após o encontro. Vários deputados da oposição expressaram dúvidas que o governo consiga vender os quase 50 veículos de luxo a um preço semelhante ao que os comprou – notando que nem nunca se tinha visto um Maserati na Papua Nova Guiné. Além disso, a capital do país, Port Moresby, tem níveis recordes de furto de automóveis. O deputado da oposição Mekere Morauta, considerou obsceno a compra de tantos "itens extravagantes e desnecessários, como automóveis de luxo, num período de tanto sofrimento e provações".