Luís Vieira, antigo diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM), vai sair em liberdade. A decisão foi decretada esta quarta-feira pelo Tribunal da Relação de Lisboa.
Segundo avançou o jornal “Expresso”, o arguido – que estava em prisão preventiva desde setembro de 2018 no âmbito da investigação ao aparecimento do material roubado em Tancos – vai ficar sujeito à medida de coação mais leve: termo de identidade e residência.
O assalto aos paióis de Tancos ocorreu em junho de 2017. Quatro meses depois as armas apareceram na Chamusca. No entanto, mesmo depois de o material militar ter sido recuperado, as dúvidas da PJ sobre o aparecimento das mesmas nunca se dissiparam e a investigação continuou: o assalto continuou a ser investigado e foi aberto um outro inquérito para apurar as circunstâncias em que as armas tinham sido recuperadas.
Foi no âmbito deste segundo inquérito que o ex-diretor da PJM foi detido. A Luís Vieira juntaram-se outros três elementos da PJM, três elementos da GNR de Loulé e um civil.
Os investigadores acreditam que a PJM quis abafar a investigação inicial sobre o assalto. Para isso, a PJM terá negociado com o líder do grupo de assaltantes a entrega das armas. Na altura em que as armas foram recuperadas, foi tornado público que a PJM terá recebido uma chamada anónima. Chamada essa que os investigadores acreditam ter sido forjada.
“Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”, indicou a Procuradoria-Geral da República, em setembro do ano passado.