A posição da empresa foi tomada depois do principal cliente, a Emirates, ter alterado parte das encomendas que costumava fazer. Por exemplo, estava previsto que a Emirates tivesse recebido já um total de 162 aviões A380 mas, na verdade, vai comprar apenas 13. A companhia mudou o acordo que tinha e quer investir e 40 aparelhos A330-900 e 30 do modelo A350-900.
Em abril do ano passado, a Airbus anunciava que tinha redesenhado o A380 superjumbo com um projeto pensado para fazer jus ao nome: mais 80 lugares dentro do mesmo espaço, que contas feitas já dava para 560 passageiros. O motivo? Simples. As reduzidas encomendas dos últimos anos.
De acordo com o vice-presidente da unidade de aviões, a ideia era conseguir renascer e ir de “encontro às necessidades do mercado”. Já na altura, a Reuters avançava que, se acontecesse, o fim do modelo deveria ser feito de forma gradual para que fosse possível dar resposta a algumas encomendas que a Airbus tinha em carteira.
Mas afinal o que aconteceu entre a fabricante de aeronaves e a Emirates? A meio de novembro de 2017, foi tornado público que a Airbus estava sob grande pressão depois de ver a Emirates, principal cliente do A380, encomendar 40 aviões à Boeing. Em causa estava a compra do 787 Dreamliner 10 da Boeing, em vez do modelo A350.
Mas isto foi apenas uma pequena parte do problema porque, por outro lado, a Airbus começou a ser fortemente pressionada pela Emirates para garantir a produção do A380 durante pelo menos mais dez anos. E o ultimato chegou, sem demora. Sem essa garantia, a Emirates ameaçou cancelar novas encomendas.
A posição da Emirates foi tomada depois de ficar claro que a fabricante começava a desistir deste modelo, chegando ao ponto de as novas encomendas serem feitas apenas pela Emirates.
Tim Clark, CEO da Emirates, chegou a dizer que "eles precisam de garantias sólidas de que, se comprarmos mais aviões, a linha de produção vai ser mantida por período mínimo de anos, e que eles [Airbus] estão cientes das consequências de cancelarem a produção e deixarem-nos entregues à nossa sorte".
"No mínimo 10 anos. São investimentos de capital consideráveis para nós e não nos podemos dar ao luxo de ter menos de 10 anos; o ideal é que fossem 15. Mas eles é que decidem", acrescentou ainda.
Recorde-se que este modelo tem vindo a ser usado principalmente para adicionar vários luxos como bares e áreas de banho ou lojas de duty-free.