A primeira-ministra britânica, Theresa May, voltou a ser mais uma vez derrotada na Câmara dos Comuns por a sua declaração, que declarava "o apoio à abordagem para sair da UE expressa a 29 de janeiro", ter sido chumbada por 303 votos contra e 258 a favor.
Os rebeldes conservadores pró-Brexit abstiveram-se, demonstrando mais uma vez que May não controla as suas próprias fileiras. O rebeldes, liderados por Jacob Rees-Mogg, tomaram essa posição por entenderem que a declaração implicava que o cenário de saída sem acordo seria afastado.
A derrota é sobretudo política, visto a votação não ser vinculativa. Todavia, fragiliza a líder britânica nas negociações – ou tentativa de – com a União Europeia para se alterar o acordo de saída, nomeadamente a salvaguarda referente à fronteira da Irlanda do Norte.
Do lado de cá do Canal da Mancha, a desunião registada na Câmara dos Comuns pode ser entendida como um sinal de que é quase impossível que um acordo, independentemente de qual seja, seja aprovado, fragilizando a já pouca vontade em Bruxelas para negociar com May.
"O voto de hoje prova que não há uma maioria para o plano de ação da primeira-ministra", criticou Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista. "Isto não pode continuar. O governo não pode continuar a ignorar o parlamento e a avançar em direção a 29 de março sem um plano coerente", acrescentou.