É que a dedicação de Rui Ferreira às festas sanjoaninas bracarenses, inclusivamente tema da sua recente tese de doutoramento, tinha levado a uma dinâmica como não há memória, com elogios do próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tão encantado com o trabalho do jovem historiador, a ponto de só não ter passado a noitada de São João em Braga porque se sentiu mal e perdeu os sentidos no Bom Jesus, tendo sido levado para o Hospital de Braga, mas prometendo que numa próxima oportunidade iria ao São João.
A Rui Ferreira, natural de São José de São Lázaro e assessor da vereadora da Cultura de Câmara Municipal de Braga, Lídia Brás Dias, estaria prometida a sua indigitação como o candidato à presidência daquela autarquia local, na lista “Juntos por Braga”, liderada pelo social-democrata Ricardo Rio, mas o historiador ao tomar conhecimento que uma alegada “sucessão dinástica” o retirou da corrida autárquica para a sua freguesia natal, terá entrado logo em rota de colisão com o presidente da Câmara Municipal de Braga, gerando-se uma azeda troca de “galhardetes” que levou a “puxar os galões” de edil e a afastar Rui Ferreira.
Por outro lado, Rui Ferreira apoiou a lista que concorreu integrado nas listas do advogado e antigo guarda-redes de andebol do Sporting de Braga, António Pedro Peixoto (“Pli”) para a direção do Sporting Clube de Braga, contra António Salvador, mas nunca pedindo uma “autorização superior” para tal apoio, sendo assessor da Câmara Municipal de Braga.
Por outro lado, o trabalho dos autarcas centristas no seio da maioria “Juntos por Braga” é reconhecido unanimemente, mas verifica-se algum “apagamento” mediático na “máquina de propaganda” camarária, em relação a tal trabalho, o que já tem criado algum mau estar.
Contestação a Ricardo Rio
Na mesma semana em que Rui Ferreira, considerado pelos próprios opositores, como um dos mais promissores autarcas de Braga foi votado ao ostracismo, um outro elemento da Associação de Festas de São João de Braga, Mário Meireles, na qualidade de presidente da Braga Ciclável, publicou uma carta aberta a Ricardo Rio, criticando a falta de diálogo e de abertura informativa camarária em face da instalação dos bicicletários nesta cidade.
Mário Meireles, vogal do Conselho Fiscal da Associação das Festas de São João de Braga, tem sido um dos mais ativos elementos da sociedade civil bracarense, lutando pelo direito ao usufruto das bicicletas no espaço citadino, tema da sua própria formação universitária.
Ricardo Rio, a meio do seu segundo mandato consecutivo, já não consegue evitar pública contestação de alguns setores que sempre o apoiaram, inclusivamente autarcas das juntas de freguesia do concelho, valendo ao presidente da Câmara Municipal de Braga a tibieza manifestada pela oposição municipal, que tem sido suprida por organizações como Braga para Todos, movimento político saído da sociedade civil, silenciado por alguma imprensa.