A “censura” às suas tomadas de posição e a “deturpação constante da verdade nos meios de comunicação social” sobre muitos aspetos da cidade de Braga levaram um empresário, Ermelando Sequeira, a publicar já um jornal impresso, “A Verdade das Sete Fontes”, por “não ter aquele poder que é dado a políticos”, referindo-se à Câmara Municipal de Braga.
Ermelando Sequeira, que durante décadas foi um “ilustre desconhecido” junto do grande público, sempre discreto, saltou esta semana a terreiro, com o Jornal “A Verdade das Sete Fontes”, título que tem a ver com “o confisco que a Câmara Municipal de Braga me quer fazer a mim e aos outros vários proprietários dos terrenos do Aqueduto das Sete Fontes”.
Em causa está a contestação de quase uma dezena de proprietários dos terrenos para onde a Câmara Municipal de Braga quer construir um Eco Parque, na zona das Sete Fontes, só que, segundo os donos dessas terras, “a Câmara de Braga quer pagar dez euros por metro quadrado, quando valem pelo menos 80 euros cada metro quadrado e foram pagos a cerca de 100 euros aquando da construção do Hospital de Braga”, o que a autarquia bracarense tem contestado, dizendo que os dez euros constituem “o preço justo feito por avaliação”.
“Sabemos que nos tempos que correm, a comunicação social tradicional vive espartilhada por constrangimentos de vária ordem que impedem um esclarecimento cabal daquilo que está em causa nas Sete Fontes”, refere o empresário Ermelando Sequeira, criticando ainda “a deturpação constante da verdade nos meios de comunicação social” de Braga e não só.
A primeira edição de “A Verdade das Sete Fontes”, de circulação gratuita, começa já esta quinta-feira, principalmente no concelho de Braga, seguindo-se ao blogue e à página de facebook intitulados “A Verdade das Sete Fontes”, que continuam com atualização diária.
Este primeiro número do novo jornal bracarense não poupa a Câmara Municipal de Braga (“O confisco da Câmara Municipal de Braga”), o presidente, Ricardo Rio (“A indecisão de Ricardo Rio”), bem como o vereador do urbanismo, Miguel Bandeira (“Vereador do Urbanismo foge à verdade”), criticando muito a postura assumida pela maioria camarária, ao longo de 32 páginas, com entrevistas, reportagens, textos de opinião, fotos e gráficos.
“Como parceiro da cidade o grupo Vilaminho nunca alimentou guerras nem conflitos com as organizações do poder bracarense, nomeadamente o poder municipal”, afirma no seu editorial, Ermelando Sequeira, afirmando que “no processo das Sete Fontes consideramos que foram ultrapassados todos os limites da decência e do bom senso”, acrescentando, no primeiro número da nova publicação, “sentirmos ter sido usados por um poder político que nos negou e nunca concedeu aquilo a que sempre tivemos direito pela lei em vigor”.
“Para mim, enquanto rosto da Vilaminho, esta é luta de uma vida, a luta pela verdade e pelo cumprimento das leis e dos instrumentos da gestão do território”, refere Ermelando Sequeira, dizendo que “seria tremendamente grave e injusto que os terrenos da Vilaminho nas Sete Fontes pudessem algum dia ser confiscados por um poder político municipal que não dialoga, não negoceia e parece não olhar a meios para atingir os seus fins populistas, de criação de uma determinada imagem pública sem substância”, criticando Ricardo Rio.