Uns Óscares para a História

À 91.ª edição, os Óscares são entregues no domingo numa cerimónia sem anfitrião. E com dois filmes estrangeiros a liderarem as nomeações.

Mesmo com a transmissão em direto do anúncio dos vencedores de todas as categorias dos Óscares – depois de uma chuva de críticas, a Academia voltou atrás na decisão de apresentar quatro das categorias, entre elas a de Melhor Fotografia, durante os intervalos para publicidade – a 91.ª edição dos Óscares chega ao Dolby Theatre, em Los Angeles, numa cerimónia atípica. Sem anfitrião, como não acontecia desde 1989, apenas com apresentadores. 

Irregularidades formais à parte, a 91.ª edição dos Óscares tem tudo para marcar a história dos prémios da Academia de Cinema norte-americana pelos motivos que verdadeiramente importam: os premiados. A liderar as nomeações, com dez cada, estão dois filmes vindos de fora: Roma, do mexicano Alfonso Cuarón, e A Favorita, do grego Yorgos Lanthimos, que com a nomeação para Melhor Filme Estrangeiro acumulam as categorias de Melhor Filme, Melhor Realizador, Melhor Argumento, Melhor Fotografia, Melhor Atriz (Yalitza Aparicio e Olivia Colman) e Melhor Atriz Secundária (Marina de Tavira, Emma Stone e Rachel Weisz).

Dois filmes de mulheres protagonistas, com um deles, Roma, a continuar, desde o Leão de Ouro em Veneza, a trilhar o seu caminho na inversão do que até aqui era a norma. Não é a primeira vez que uma produção Netflix surge nomeada, mas é a primeira vez que chega às categorias de Melhor Filme e Melhor Realizador. E que tem fortes probabilidades de ser premiada nos Óscares.