A jovem, de doze anos, natural de Braga, agradeceu á organização e a todos os professores que “trabalharam e trabalham diariamente comigo”, com destaque para Annarella Roura Sanchez, do Conservatório de Leiria com o mesmo nome, pelo “carinho, dedicação e acima de tudo por partilharem comigo este grande sonho de ser bailarina profissional e contribuírem de uma forma tão genuína para que eu seja feliz”.
Carolina Costa está a conquistar o mundo, tendo sido classificada como menina mulher, pela Esta semana, durante uma curta deslocação até Braga, a casa dos seus pais, confidenciou ao Sol “querer ser profissional”, embora tendo consciência “ser um mundo extremamente competitivo onde existem milhares de meninas que como eu têm o mesmo sonho, mas só atingindo a perfeição em todos os aspetos é que eu terei oportunidade para o concretizar”.
Carolina não duvida que “Portugal dispõe de excelentes escolas e de bailarinos, que têm ganho imensos prémios por esse mundo fora, só é pena que as saídas profissionais sejam tão limitadas, pois o talento é elevado em muitos jovens como eu, também no nosso país”.
“A dança consegue juntar várias componentes artísticas, música, expressão dramática e a excelência da técnica, a dançar sinto-me livre e feliz”, como disse ao Sol Carolina Costa, explicando que “o foco, disciplina, rigor, perseverança e o estar à vontade sozinha num palco são competências adquiridas com o ballet, utilizando-as também no meu dia-a-dia”.
“A quem desconhecer o mundo do ballet, eu só posso dizer para o experimentar, mesmo que não seja com o objetivo de serem bailarinos profissionais, vão adquirir competências muito importantes para a vida quotidiana”, aconselha Carolina a todos os que o desejarem.
Ouro nos EUA e em Barcelona
Carolina Costa, de 12 anos, natural de Braga, conquistou três medalhas de ouro, durante o Ballet Beyond Borders Grand Prix Dance Challenge, disputado em Missoula, Estado de Montana, nos Estados Unidos da América, no mês de janeiro levando a Assembleia da República a atribuir-lhe um voto de louvor por unanimidade pelo “exemplo de esforço, trabalho e perseverança, tendo pela frente uma promissora carreira”, referiu o Parlamento.
Carolina Costa obteve o primeiro lugar em todas as categorias em que competiu e viu o nome inscrito entre vencedores da competição, juntando-se a grandes bailarinos de vários países, como Canadá, Coreia do Sul, China, EUA, México, Itália e Roménia, entre outros.
A jovem bailarina destacou-se com as atuações a solo (ballet clássico e contemporâneo) e também em Pas de Deux, com o bailarino Francisco Gomes, de 15 anos, que se revelou na edição de 2018 do Got Talent Portugal, alcançando já este por sua vez o segundo lugar.
Carolina Costa disse ao Sol “estar muito feliz por receber estes prémios, na primeira vez que eu participei numa competição tão especial, tendo sido uma oportunidade única, de partilhar o palco com os bailarinos e as bailarinas que são reconhecidos mundialmente e em cada dia da competição, tanto nas aulas, como durante as atuações, aprendi imenso”.
Mas já há pouco mais de meio ano, Carolina Costa, então ainda com 11 anos, conquistou quatro medalhas de ouro e também uma de prata, já na Final do Dance World Cup, que decorreu em Barcelona, no mês de junho, “resultado fantástico, apesar do pouco tempo que tive para ensaiar as seis coreografias, porque foram só seis dias para eu as aprender”.
De Braga para Leiria
Carolina Costa nasceu em Braga em outubro de 2006 e com apenas três anos iniciou o seu percurso na dança, integrando, aos oito anos a Ent’artes – Escola de Dança de Braga, participando em vários saraus, eventos e espetáculos, com o apoio incondicional dos pais.
Desde que começou a dançar, Carolina participou em vários saraus, eventos e espetáculos, e concorreu, já no ano de 2017, ao Prémio de Jovens Talentos de Braga, onde obteve o primeiro lugar, fruto da sua dedicação e apoio familiar, tendo sido a avó que a inscreveu no ballet em Braga quando tinha apenas três anos de idade: já era essa a sua grande paixão.
A jovem bailarina bracarense mudou-se recentemente da Ent’artes – Escola de Dança de Braga, já para o Conservatório Internacional de Dança Annarella Sanchez, sito em Leiria, que no outono de 2018, já com 12 anos de idade, estagiou em Moscovo, com alguns dos bailarinos mais prestigiados do mundo, o que foi um marco importante para a sua carreira. Foi outro desafio para Carolina no início do verão do ano passado, quando decidiu ainda com apenas onze anos de idade, ir para Leiria, que classifica como “a capital da dança em Portugal”, ou não fosse o Conservatório Internacional de Dança Annarella Sanchez, uma academia de renome internacional, um alfobre de jovens talentos, cujos alunos têm ganho primeiros prémios em quase todos os concursos internacionais onde participam, de Itália até aos Estados Unidos da América, passando pelo México, a África do Sul e a Espanha.
“Há pouco mais de meio ano, vi essa mudança com muita motivação e determinação, foi um grande desafio que consegui superar, tendo continuado a crescer e a evoluir sempre como bailarina, com as melhores condições e os melhores professores”, salientou ao Sol, nunca se tendo assustado por aos onze anos deixar o lar familiar, durante toda a semana, para fazer aquilo que mais gosta, superando-se, diariamente, evoluindo na continuidade.
Para os seus jovens pais, também “não foi nada fácil ver uma filha sair de casa com apenas onze anos, mas já sabíamos que a Carolina abdicava de tanto para poder ensaiar e dançar, ao todo são mais de 35 horas por semana, que não seria justo privá-la desta oportunidade”.
“Sentindo nós a paixão da Carolina pela dança e o desejo que ela tem em ser bailarina profissional, também nós estamos plenamente motivados com essa opção e tudo faremos para que ela concretize esse sonho”, como revelam os pais, mesmo sabendo “que as saídas profissionais em Portugal são bastante limitadas, mas estamos perfeitamente preparados para que a Carolina vá até para uma companhia no estrangeiro, seja ela em Nova Iorque, Londres ou Moscovo, repare que uma amiga nossa comentava, há pouco tempo, que os maiores presentes que podemos dar a um filho são raízes e asas, é isso que tentamos dar à Carolina, mas só ela poderá decidir para onde quer voar”, segundo confidenciam ao Sol.
Gratidão aos mestres e colegas
Nesta hora de receber prémios e distinções, Carolina Costa, não esquece os seus mestres, agradece “a todos os meus professores do Conservatório Internacional de Ballet e Dança Annarella Sanchez, de Leiria, pela dedicação, o carinho e profissionalismo, agora de uma forma muito especial ao Professor Enrique Perez Cancio Cantero, que coreografou o solo de contemporâneo com que venci o primeiro lugar nesta categoria e dou os meus parabéns aos colegas e amigos do Conservatório, que sempre me acompanharam nesta viagem por maravilhosas atuações, pelos prémios que receberam, sem eles nada disto seria possível”.
A gratidão de Carolina estende-se até Braga, a sua terra natal, ao seu tempo na Ent'artes, “onde passei quatro anos fantásticos, com tudo o que de melhor existe, a aprendizagem, a partilha, a solidariedade, o companheirismo e acima de tudo a muita amizade, foi ali que cresci como bailarina, mas mais importante que isso, como pessoa, pois fiquei mais forte, resiliente, determinada, aprendi lições que vou recordar durante toda a minha vida”.
Mas também os seus pais não esquecem de forma alguma os primeiros anos “na Ent’artes, aqui em Braga, que foi e continuará a ser para nós e para a Carolina uma segunda família”. “Foram tantas as horas passadas em ensaios, espetáculos e competições, que não existe outra palavra, a não ser família, para descrever o grupo de amigos da Carolina, composto quase na totalidade pelos alunos da Ent’artes e nós pais criamos igualmente uma relação muito forte, todos tínhamos como único objetivo o apoio incondicional aos nossos filhos”.
“Foi na Ent’artes a Carolina cresceu como bailarina, mas mais do que isso cresceu como pessoa, ficaremos eternamente gratos à Ent’artes e agradecemos de forma muito especial às Professoras Diana Sá Carneiro e Patrícia Fiorucci Rios, por toda a dedicação e carinho, assim como ao Manu Gomis e à Mariana Carvalho”, salientam os pais de Carolina Costa.