Pedro Sousa tornou-se em fevereiro no sexto português a aceder aos 100 primeiros do ranking mundial masculino, depois de Nuno Marques (86.º em 1995), Fred Gil (62.º em 2011), Rui Machado (59.º em 2011), João Sousa (28.º em 2016) e Gastão Elias (57.º em 2016).
A três meses dos 31 anos, o lisboeta do CIF é o mais velho português a aceder a esta elite e, como o próprio brincou em declarações ao site BolaAmarela, «vou ser o primeiro a entrar no top-100 de canadianas».
O fervoroso adepto do Sport Lisboa e Benfica está magoado numa mão (exigiu uma pequena cirurgia), num cotovelo e no pé esquerdo.
Regressou esta semana à competição no torneio do ATP Tour do Rio de Janeiro e foi eliminado pelo brasileiro Thiago Monteiro por 6-3 e 6-2, sem defender devidamente as suas hipóteses devido às lesões, sobretudo a entorse.
O pé esquerdo é o que permite-lhe apoiar o movimento de serviço e Pedro Sousa viu-se privado dessa arma. Andou ali a servir à volta dos 160 km/h e ganhou apenas um jogo de serviço, perdendo sete. Somou mais pontos a responder ao serviço do brasileiro (22) do que no seu próprio serviço (19)!
Há um ano, Pedro Sousa dizia-me que para competir consistentemente no ATP Tour precisaria de um serviço mais forte, porque a sua primeira bola andava nos 170 km/h. Este ano, em janeiro, quando finalmente estreou-se em quadros principais de torneios do Grand Slam, no Open da Austrália, o seu pai e treinador de sempre, Manuel Sousa, viu-lhe ‘serviços acima dos 190 km/h, quase nos 200 km/h’.
«Foi algo de que falámos no ano passado, quer entre nós, quer com o Rui Machado», assegurou-me ‘Manecas’, referindo-se ao coordenador técnico nacional, um dos treinadores de Pedro no Centro de Alto Rendimento da FPT.
Gastão Elias estreou-se no top-100 em 2016 com uma derrota na primeira ronda do Millennium Estoril Open; João Sousa acedeu a essa elite em 2012 e foi às meias-finais de um Challenger no Rio de Janeiro; Rui Machado fê-lo em 2010 com quartos de final num Challenger de São Paulo; Fred Gil alcançou-o em 2008 com um desaire na primeira ronda do Challenger de Segóvia; e Nuno Marques foi o primeiro top-100 da nossa história em 1991, com oitavos de final no antigo Estoril Open, perdendo na primeira ronda com o treinador de Novak Djokovic, Marian Vadja.
Portanto, só três portugueses principiaram no top-100 mundial em torneios de nível ATP Tour e só Nuno Marques perdeu com o Marian Vajda nos oitavos de final do antigo Estoril Open nessas circunstâncias.
Não foi a estreia que Pedro Sousa desejaria no top-100, mas não foi um drama e, dadas as condicionantes, seria difícil esperar melhor.