A EDP Renováveis fechou o ano de 2018 com um lucro de 313 milhões de euros, um aumento de 14% face a 2017. Num comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa liderada por João Manso Neto mostrou que devido à queda do preço de venda médio da energia, de 9%, as receitas registaram uma quebra de 7%, para um total de 1697 milhões de euros.
Os custos operacionais ultrapassaram os 580 milhões de euros, mais 6% do que em 2017 e os ganhos antes dos juros, impostos, amortizações e depreciações registaram uma diminuição de 5% em comparação com o período homólogo, 1300 milhões de euros.
"Os Resultados financeiros líquidos caíram para €220M (vs €302M em 2017; -€82M), beneficiando da evolução estável dos e Juros financeiros líquidos (€139M), juntamente com Custos de parcerias institucionais mais baixos (€81M; -€8M vs 2017) e os ganhos derivados da estratégia de sell down de participações em projetos de offshore (€87M)", escreveu a empresa.
O preço médio de venda fixou-se nos 54 euros por megawatts "devido a impactos de fx e menores preços na Europa (-4% vs 2017; maioritariamente em Espanha, na Polónia e Roménia) e América do Norte (-2% vs 2017; ganhos de coberturas nos 2017 e efeito mix de novos MWs)", explicou a EDP Renováveis. As condições meteorológicas e uma maior necessidade de manutenção de alguns parques de energia eólica fizeram com o nível de disponibilidade técnica se mantivesse num nível elevado, contudo abaixo do registado em 2017, passando de 97,7% para 97%. Quanto à produção de energia limpa, a EDP Renováveis produziu mais 3% do que no ano anterior.
No último mês do ano, a empresa tinha uma carteira de 11,7 GW, por 11 países diferentes, dos quais 11,3 GW consolidados integralmente e 371 pelo método de equivalência patrimonial, com participações em Espanha e nos Estados Unidos. O portfólio aumentou para 826 MW, 478 na América do Norte, 211 na Europa e 137 MW no Brasil. Em dezembro, "a dívida líquida totalizava €3.060M (+€254M vs. Dez-17), refletindo por um lado os fluxos de caixa gerados pelos activos assim como a execução da estratégia de Sell-down, e por outro lado, os investimentos do período, a liquidação de um swap cruzado de taxa de juro cruzada para proteger o investimento em USD nos EUA contra as diferenças de forex, e a conversão cambial", disse a empresa.
Em Assembleia Geral de Acionistas, o Conselho de Administração da empresa irá propor uma distribuição de dividendos de 7 euros por ação, um total de 61,1 milhões de euros.