‘Justiça social’ do BE e PCP: Não, obrigado!

Afinal de contas, de onde vem esse dinheiro ‘maravilhoso’, que de acordo com o BE e o PCP aparece do nada só porque há deficit? É lógico: do bolso dos outros (estrangeiros em geral, mas também cidadãos comuns portugueses), porque é dinheiro que o Estado pede emprestado

Recentemente o deputado do BE Luís Fazenda afirmou que as políticas da UE são uma contradição insanável com a justiça social. Coloca-se assim uma questão: o que é que uma coisa tem a ver com a outra? Presume-se que é por os limites ao deficit e à dívida pública, que fazem parte dessas políticas da UE, ao limitarem o valor das verbas disponíveis no Orçamento de Estado (OE) em cada ano, reduzem as verbas para políticas sociais, como o Serviço Nacional de Saúde, aumentos de salários e pensões de trabalhadores do Estado, etc.. Bom, mas se isso é assim tão simples, só com desvantagens, não seria lógico que todos os Governos do mundo fizessem o contrário, ou seja, Orçamentos com grandes deficits? Porque é que há governos que insistem no contrário? Será porque odeiam os trabalhadores e os pensionistas? Mas os trabalhadores e pensionistas votam. Será porque esses governos são masoquistas e querem criar insatisfação social para perder votos?

Afinal de contas, de onde vem esse dinheiro ‘maravilhoso’, que de acordo com o BE e o PCP aparece do nada só porque há deficit? É lógico: do bolso dos outros (estrangeiros em geral, mas também cidadãos comuns portugueses), porque é dinheiro que o Estado pede emprestado. Mas isto levanta outras questões: como os empréstimos obrigam a pagar, além do que se pede emprestado, os juros dos empréstimos, como é que isto se mantém ao longo do tempo? É muito simples, responderão o PCP e o BE: pedem-se mais empréstimos todos os anos para pagar os anteriores e os respetivos juros. Mas isto faz a dívida aumentar cada vez mais e levanta outras questões: será que assim quem nos empresta não vai perceber que não queremos pagar nunca? Qual a solução quando descobrirem isso? É simples, responderão o PCP e o BE, basta não pagar. E depois disso: será que sabendo que não pagamos, alguém nos vai emprestar mais dinheiro? O leitor emprestaria o seu dinheiro a um Governo que soubesse nunca lhe pagaria de volta? Então se ninguém nos emprestasse (ao Governo e empresas portuguesas) como é que o BE e o PCP resolveriam o problema? Simples: imprimia-se dinheiro na nossa Casa da Moeda, e haveria dinheiro a jorros para todos. Mas há uma questão: não podem ser euros. Não há problema: voltávamos ao Escudo, aliás o PCP e o BE nunca quiseram que Portugal fizesse parte do Euro.

Mesmo assim continuam a aparecer novas perguntas. Até podemos voltar ao princípio: se isto é assim tão fácil, se basta imprimir dinheiro a jorros e dar tudo a toda a gente, porque será que quase ninguém pensou nisto no resto do mundo? Cambada de estúpidos, não é? Se não pensarmos, é isso que se conclui. Mas se pensarmos, lá veem novamente as perguntas chatas: se se der dinheiro a toda a gente mas não se produzir mais riqueza para comprar com esse dinheiro, os preços não aumentam sem controle? Nessas condições, o dinheiro não passará a ser apenas papel sem valor? E se isso acontecer, quem se lixa não são os pobres, porque os ricos porão seu dinheiro no estrangeiro? Se os hospitais pararem, porque os médicos e o resto do pessoal se recusam a trabalhar a troco de papel sem valor, e os ricos se forem tratar fora do país, não serão os pobres que se lixam? Basta olhar para países como a Venezuela, de cujo Governo o BE e o PCP tanto gostam, que tem inflação de mil e tal por cento ao ano, para ver a situação das pessoas comuns: passam fome, andam dezenas de quilómetros para tentar adquirir medicamentos ou morrem pela falta destes, a capital do país é a capital mundial do crime etc., enquanto os membros da clique governante vivem à grande e à francesa. Nestas ‘democracias’ maravilhosas cheias da ‘justiça social” que o PCP e o BE nos querem dar, todo o poder se concentra no partido governante, que ganha sempre as eleições. Aliás, nestes países o resultado das eleições é conhecido antes da sua realização. Assim, dispondo a clique governante de poder absoluto e incontrolado, quem é que a pode impedir de distribuir a pouca riqueza produzida como bem entender, em seu proveito próprio?

Caro deputado Luís Fazenda e ‘camaradas’ do BE e PCP: sobre a vossa ‘democracia’ e a vossa ‘justiça social’ só posso dizer: Não, obrigado!

por Mário Lopes