O ex-deputado federal brasileiro Jean Wyllys foi um dos participantes da conferência “Porque se exilar do Brasil hoje?” – organizada pelo programa de doutoramento Human Rights in Contemporary Societies, Fundação José Saramago e Coletivo Andorinha e que se realizou ontem na Casa do Alentejo, em Lisboa. À sua espera estavam centenas de pessoas, tendo muitas acabado por não conseguir entrar no evento para ouvir o ativista.
Tal como já tinha acontecido na véspera em Coimbra, à sua chegada estavam várias pessoas a mostrar apoio ao antigo deputado – que a 24 de janeiro anunciou que iria sair do Brasil por se sentir em risco de vida –, mas também alguns militantes do PNR.
O ambiente de alguma hostilidade foi controlado pela PSP, tendo havido momentos em que os dois lados trocaram insultos.
Numa entrevista à “Visão”, Jean Wyllys confessou ontem que ainda ponderou vir viver para Portugal, mas que acabou por escolher a Alemanha por considerar que aqui não teria uma vida tão tranquila. “Eu gosto muito de Portugal e, como diria Fernando Pessoa, a língua portuguesa é a minha pátria. Mas acho que em Portugal eu não teria a vida tranquila que preciso de ter. Muitos dos brasileiros que emigraram para cá foram, justamente, aqueles que apoiaram o impeachment de Dilma e que votaram nesse governo que está aí. São brasileiros com inclinação fascista”, disse, acrescentando que esses brasileiros são incoerentes e hipócritas, porque vieram “para um país governado por socialistas”.