Vaticano abre arquivos históricos do tempo do Holocausto

Papa Francisco refere que “a Igreja não tem medo da História”

O Papa Francisco anunciou esta segunda-feira a abertura dos arquivos referentes ao pontificado de Pio XII. O chefe da Igreja Católica durante a II Guerra Mundial é acusado de ter compactuado com crimes praticados durante o Holocausto.

Num encontro com representantes do Arquivo Secreto do Vaticano, do qual faz parte do Bispo português José Tolentino de Mendonça, o Papa Francisco afirmou, citado pela agência Lusa, ter decidido  que “a abertura dos arquivos do Vaticano do pontificado de Pio XII (1939-1958) será realizada em 02 de março de 2020, exatamente um ano depois do 80.º aniversário da eleição para o trono de Pedro de Eugenio Pacelli”.

Desde que foi iniciado o processo de beatificação de Pio XII, várias organizações judaicas têm reclamado o acesso aos arquivos do Vaticano.

Eugenio Pacelli é acusado de se ter calado perante vários crimes cometidos pelos nazis durante a II Guerra Mundial, em especial sobre um ataque num gueto em Roma, no qual, a escassos metros do Vaticano, mais de mil pessoas foram deportadas para Auschwitz . O atentado data de 16 de outubro de 1943.

Durante décadas, o Vaticano saiu sempre em defesa de Eugenio Pacelli, afirmando que este sempre foi um Papa diplomático e que terá salvo secretamente muitos judeus.