Os alunos da Escola do Godinho saíram à rua na passada sexta-feira, dia 1 de março, “fantasiados de africanos”. A Associação de Pais defende-se afirmando que a escolha das máscaras está de acordo com o tema escolhido pelo agrupamento para o desfile de Carnaval deste ano.
A situação foi denunciada no Facebook na página “The Blackface Portugal”, e lá foi partilhada a informação disponibilizada pela escola referente à fantasia escolhida. “No dia 1 de março irá realizar-se o desfile de Carnaval pelas ruas de Matosinhos. Este ano os nossos alunos deverão ir fantasiados de africanos, uma vez que o tema do Agrupamento são as raças. Para a fantasia, deverá ter em consideração – camisola e calças/leggings pretas; peruca e acessório para a cabeça; cara pintada”, pode ler-se na publicação.
A Associação de Pais afirmou que outras culturas, como a brasileira e a chinesa, foram também representadas no desfile, cujo objetivo era o de “celebrar a diversidade cultural”. “Na sequência de alguns comentários no Facebook (…) a Associação de Pais desta escola entende ser oportuno esclarecer que a abordagem sobre África inseriu-se no tema conjunto do Agrupamento de Matosinhos, sobre as diferentes Culturas do Mundo”, pode ler-se num comunicado partilhado na mesma rede social. Mais ainda, a associação justifica que os pais escolheram esta temática para que os alunos pudessem conhecer a diversidade cultural de cada povo e que esses conteúdos foram previamente abordados em sala de aula.
Luís Monteiro, do Bloco de Esquerda, considera que o que se aconteceu naquele desfile foi “racismo estrutural”. Em declarações ao Notícias ao Minuto, afirmou que este tipo de racismo se caracteriza pela “ridicularização daquilo que é o imaginário sobre o outro”, o que pode não correponder à verdade, sendo apenas uma “caricatura”.