Uma gravação áudio do Diário do Minho colocada já na edição online daquele jornal vem confirmar na íntegra as declarações do presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, segundo as quais “se pudesse poria pulseiras eletrónicas em alguns funcionários” da autarquia, acerca da recente instalação de torniquetes, para todos os serviços camarários.
Na gravação do Diário do Minho da reunião camarária, revela-se ter sido afirmado mesmo pelo presidente de Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, aquela mesma frase, depois deste autarca social-democrata ter tentado imputar o lançamento da questão das pulseiras eletrónicas ao vereador comunista Carlos Almeida, o que é absolutamente falso e se prova na gravação, desmentindo assim manobras de contrainformação durante as últimas horas.
A polémica em Braga está a subir de tom, com a divulgação da gravação no site do Diário do Minho, jornal diário de Braga que tem mantido sempre independência em relação ao poder autárquico, sendo que através da reportagem do jornalista Nuno Cerqueira, ficou a saber-se que Ricardo Rio, admitindo “ter de pagar o justo pelo pecador”, iria adotar assim “medidas de extremas para cumprir os horários e regras de responsabilidade profissional”.
A situação, que ocorreu numa reunião camarária descentralizada na freguesia de Padim da Graça, está já a levantar um clima de revolta sem precedentes entre os funcionários da Câmara Municipal de Braga e ainda das suas respetivas estruturas sindicais e associativas.
Ricardo Rio tentou atribuir as suas próprias palavras ao jovem vereador comunista Carlos Almeida, que é o membro do executivo mais moderado, tendo o eleito do PCP colocado na sua página de Facebook as declarações em áudio do autarca social-democrata só para repor a verdade, isto é, a gravação do jornal Diário do Minho com as palavras proferidas pelo próprio Ricardo Rio, mas que este ainda tentou colocar na boca de Carlos Almeida.
Carlos Almeida salienta que “na versão online da notícia do Diário do Minho, é possível ouvir o áudio do momento em que o presidente da Câmara de Braga diz que se pudesse poria pulseiras eletrónicas em alguns trabalhadores”.
“Tal como tinha referido [sábado] fica comprovado que em momento algum tenha sido eu a sugerir tal coisa em tom jocoso, pois a minha pergunta na reunião de Câmara foi sobre os torniquetes, nada mais”, esclarece Carlos Almeida.
“Tentaram atenuar a gravidade das declarações do edil através da descredibilização da minha atuação”, afirma Carlos Almeida, acrescentando que “saíram-se mal e colocaram à vista de todos os jogos de pressão e manipulação mediática a que se dedicam”, sempre em clara referência à maioria de direita que tem domínio na Câmara Municipal de Braga.
“Deste debate fica ainda registada a gravíssima declaração do Presidente da Câmara que, em resposta à minha pergunta, disse que ‘se pudesse, colocava pulseira eletrónica a alguns trabalhadores”, esclarece Carlos Almeida, baseando-se na gravação áudio feita por um jornalista reconhecidamente independente e de um jornal acima de qualquer suspeita.
Atirar a pedra e esconder a mão
“De resto, estou certo que os trabalhadores do município encontrarão forma de interpretar a sugestão que o seu presidente lhes deixou, têm toda a minha solidariedade”, conclui o vereador comunista Carlos Almeida.
Segundo Carlos Almeida, “os trabalhadores já têm controlo de assiduidade e já ‘picam o ponto’, entendo, por isso, esta medida como forma de humilhação e manifestação de desconfiança sobre os trabalhadores que exercem funções naquele edifício municipal”. “Não é verdade que a medida seja para ‘alguns funcionários que não cumprem o horário estabelecido’, é de facto, para todos os funcionários que ali trabalham e se há funcionários que não cumprem as suas obrigações, e estão identificados, impõe-se uma ação sobre esses e nunca a instalação de um clima de desrespeito e vigilância policial sobre todos”, de acordo com as verdadeiras declarações do vereador Carlos Almeida.
“É falso que tenha sido eu a sugerir essa iniciativa, ainda que em tom jocoso, pois quem sugeriu a colocação de pulseiras eletrónicas foi o presidente da Câmara e só a ele pode ser atribuída essa declaração”, salienta Carlos Almeida, acrescentando que “eu não atirei deixa’ alguma e em nenhum momento falei de pulseiras eletrónicas, pelo que se exige a reposição da verdade”.