Sindicato acusa Ricardo Rio de tratar funcionários como “criminosos”

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) acusou esta quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, de ter tratado os funcionários municipais como sendo “uns criminosos”

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) acusou esta quarta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, de ter tratado os funcionários municipais como sendo “uns criminosos”, quando afirmou publicamente que se pudesse colocava pulseiras eletrónicas em alguns trabalhadores, para controlar a sua assiduidade.

O STAL, no comunicado hoje divulgado, “repudia, com veemência”, aquelas declarações do presidente da Câmara, sublinhando que a pulseira eletrónica “é um instrumento de vigilância policial aplicado a condenados com penas de reclusão, isto é, aos criminosos”.

Em comunicado enviado esta tarde, o STAL considera tratar-se de “um ataque inaudito à dignidade” dos trabalhadores camarários, que para aquela estrutura sindical é “reveladora de “uma obsessão persecutória e de um intolerável desrespeito” por parte daquele autarca.

Para o STAL, “ao manifestar o desejo de usar esse mesmo meio [pulseiras eletrónicas] para controlar os trabalhadores, Ricardo Rio incorre numa flagrante falta de respeito, tratando como criminosos, todos aqueles que diariamente prestam serviço na autarquia”.

O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local recorda que o caso se registou na última reunião do Executivo, quando o vereador da CDU, Carlos Almeida, interpelou Ricardo Rio sobre a necessidade da colocação dos torniquetes no edifício administrativo do antigo Convento do Pópulo, lembrando que os trabalhadores já têm um controlo de assiduidade e são obrigados a ‘picar o ponto’, para além de diversos meios de supervisão.

Na resposta e segundo um registo áudio, divulgado pelo jornal Diário do Minho, Ricardo Rio disse haver funcionários que “não são decididamente zelosos” em termos da sua assiduidade e que essas situações são de difícil escrutínio, pelo que foi necessário adotar “medidas extremas”, traduzidas na colocação de torniquetes no departamento camarário.

“Não podemos pôr pulseiras eletrónicas individuais em cada um dos colaboradores” acrescentou Ricardo Rio na reunião descentralizada na freguesia de Padim da Graça, em Braga, levando então o vereador Carlos Almeida a perguntou se, caso pudesse, punha as pulseiras aos colaboradores e Ricardo Rio respondeu que “em alguns, se calhar, punha”.

Segundo o STAL, “se Ricardo Rio tem conhecimento de que alguns funcionários não cumprem as suas obrigações, então a autarquia deverá agir exclusivamente sobre eles e não instalar um sistema suplementar de controlo que fere a dignidade e coloca sob suspeita todos os trabalhadores, esmagadora maioria dos quais cumpre escrupulosamente os seus deveres”, referindo-se à polémica política que está a agitar Braga cada vez mais.

O STAL manifesta assim “total disponibilidade para defender o bom nome” de todos os trabalhadores do universo dos serviços municipais de Braga, “exigindo” que o autarca de Braga se retrate e se abstenha futuramente de declarações caluniosas, gratuitas e sem qualquer fundamento contra os funcionários da autarquia”, como sucedeu na sexta-feira.

A Agência Lusa tentou ouvir a posição de Ricardo Rio, que se escusou a tecer qualquer comentário sobre o assunto, tentando manter-se à margem da polémica, o que tem feito desde o incidente que criou grande alvoroço em plena reunião camarária e está revoltar a grande maioria dos funcionários camarários, que se preparam para tomar já uma posição, tendo o i apurado esta quarta-feira estar em hipótese o procedimento criminal ao autarca.