Futebol feminino. At. Madrid-Barcelona com mais de 60 mil nas bancadas (com vídeo)

O estádio Metropolitano viu uma marca que ficará para a história da modalidade – a maior de sempre a nível de clubes. Em campo, o Barça venceu (0-2) e relançou o campeonato

É um número incrível até para muitos casos na realidade masculina: foram mais de 60 mil (60739, para ser absolutamente exato) os espetadores que viram ao vivo o Atlético de Madrid-Barcelona realizado na tarde de ontem no estádio Metropolitano, na capital espanhola – recinto com capacidade para 68 mil pessoas. Uma assistência que se tornou automaticamente a maior de sempre em termos mundiais (a nível de clubes), suplantando os 53 mil espetadores que no Boxing Day (26 de dezembro) de 1920 lotaram Goodison Park, o terreno do Everton, para assistir a um embate entre o Dick Kerr’s Ladies e o Helen’s Ladies.

 

 

Esse foi o ponto alto do futebol feminino na Europa até aos tempos mais recentes. No ano seguinte, a Federação inglesa proibiu a realização de competições oficiais nos seus campos afiliados, por considerar que o futebol era um desporto “inadequado para mulheres”. Em Espanha, o recorde cifrava-se até agora nos 48121 espetadores, marca atingida na temporada passada no encontro entre o Athletic Bilbao e o Atlético de Madrid para a Taça da Rainha. Em termos mundiais, refira-se, o recorde absoluto permanece o do embate entre as seleções dos Estados Unidos e da China, no Mundial 99, no majestoso estádio Rose Bowl: 90185 espetadores.

Mais uma demonstração do crescimento gradual do futebol feminino nos últimos anos, para o qual têm contribuído também as iniciativas levadas a cabo pelos maiores clubes. Antes do início deste encontro com o Barcelona, por exemplo, o Atlético de Madrid homenageou as três jogadoras do atual plantel que já ultrapassaram a barreira dos 100 jogos pelo clube: Amanda Sampedro (103), Silvia Meseguer (102) e Ángela Sosa (101) integram a partir de agora o “Passeio das Lendas” dos colchoneros, onde se encontravam já alguns dos maiores nomes da história do clube a nível masculino.
“É um número brutal. Levo muitos anos nisto e já estive em campos com 20 ou 30 pessoas: as famílias [das jogadoras e treinadores] e praticamente mais ninguém. Estar num cenário como este é bestial, é um prémio muito grande para todos nós”, ressalvou Lluis Cortés, treinador do Barcelona, dando os parabéns ao adversário pela promoção que fez à partida.

 

Blaugrana apertam colchoneras No que às quatro linhas diz respeito, as blaugrana levaram a melhor: venceram por 2-0 e relançaram o campeonato, pois tinham chegado a esta partida, referente à 24.ª jornada, com seis pontos de desvantagem sobre as colchoneras – um desaire (ou até mesmo o empate) significaria praticamente o adeus ao título, que assim iria para o bolso do Atlético. Agora, a seis jornadas do fim, são apenas três os pontos que separam as duas equipas, mercê dos golos de Asisat Oshoala (65’) e Toni Duggan (79’); a liga feminina espanhola está viva: na classificação, no relvado e nas bancadas.