Hong Kong quer construir uma das maiores ilhas artificiais do mundo, projeto que tem um custo estimado de 70 mil milhões de euros, anunciou esta quarta-feira o jornal South China Morning Post (SCMP).
Na passada terça-feira, as autoridades da região administrativa especial chinesa disseram que esperam começar os trabalhos já no próximo ano, com vista a, em 2032, a ilha receber os primeiros habitantes, segundo avança a agência Lusa.
Para esta construção serão roubados cerca de mil hectares ao mar, perto de Lantau, a maior ilha de Hong Kong, onde se situa o aeroporto internacional. Esta foi a solução encontrada para lidar com os grandes problemas de habitação naquele território, onde vivem sete milhões de pessoas e no qual o preço do metro quadrado é dos mais elevados do mundo.
Esta será a infraestrutura mais cara alguma vez contruída naquela região, mas o avultado investimento, garante Hong Kong, vai ser recuperado.
A ilha terá quase três vezes o tamanho do Central Park, em Nova Iorque, e serão construídas 260 mil unidades habitacionais, das quais mais de 70% serão habitações sociais.
Mas nem toda a gente é a favor deste projeto. As vozes críticas apontam os elevados custos e o impacto ambiental, especialmente na vida marinha, como fator para a não construção desta ilha. Além disso, também houve críticas ao Governo por não ouvir a opinião da população.
O deputado democrata Eddie Chu utilizou a sua página na rede social Facebook para deixar uma questão ao Governo: “Quando os serviços públicos e a infraestrutura de Hong Kong estiverem à beira do colapso, o [projeto Lantau], a panaceia do Governo, resolverá os problemas ou criará uma crise mais séria?”
Uma manifestante, citada pelo SCMP, mostrou o seu descontentamento com o projeto, referindo que “primeiro, há o ambiente, segundo, eles estão efetivamente a atacar os cofres públicos, e seria mais prudente gastar o dinheiro em áreas como a saúde e educação”.