Nova técnica de ressonância magnética testada com êxito em doentes com cancro do reto

Esta técnica permite determinar com precisão antes da cirurgia se os gânglios linfáticos dos pacientes foram afetados

A técnica, publicada esta quarta-feira na revista Cancer Research, poderá ajudar os médicos a escolherem a estratégia mais adequada no tratamento de cada doente, selecionando melhor os pacientes que podem necessitar de mais radioterapia ou quimioterapia antes da cirurgia de remoção do tumor, segundo avança a agência Lusa.

Esta nova tecnologia foi testada no cancro do reto, mas poderá vir a ser utilizada para determinar se gânglios linfáticos de outros tumores são ou não malignos.

Atualmente, com as técnicas de imagem em vigor, o conhecimento do estado dos gânglios linfáticos com este tipo de cancro é “limitado” antes da cirurgia, assinala a radiologista e uma das autoras do artigo, Inês Santiago.

Segundo a radiologista a decisão dos médicos sobre a prescrição de radioterapia ou quimioterapia "baseia-se em grande parte noutras características do tumor".

A equipa de cientistas da fundação Champalimaud testou esta nova técnica de ressonância magnética em fragmentos de gânglios extraídos de doentes com cancro do reto já operados e confirmaram os dados com os resultados obtidos nos exames patológicos.

O próximo passo desta pesquisa visa validar a técnica em mais doentes, não só com cancro do reto, como também com outros tumores e testar um campo magnético mais forte. Outro objetivo é conseguir implementar esta aplicação experimental em unidades de saúde e instituições que tenham equipamentos diferentes dos utilizados pelo Instituto Champalimaud.