O Brasil pode vir a não assinar o Acordo do Clima de Paris. O anúncio foi feito pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, depois de se encontra o seu homólogo chileno, Sebastían Piñera no Palácio de La Moneda, em Santiago, capital do Chile.
O chefe de Estado brasileiro considera que as metas acordadas em 2015 na capital francesa são "impossíveis" e um entrave ao desenvolvimento do Brasil. No entanto, a possibilidade de Brasília se juntar a dezenas de outros países ao assinar o acordo climático não está para já afastadas.
E prova disso é o facto de Bolsonaro ter confirmado presença na próxima cimeira climática, a COP25, e que será no Chile. No entanto, este anúncio tem um sabor agridoce por o antigo capitão ter deixado no ar a possibilidade de não estar presença, o que representa uma desvalorização do evento por dezenas de chefes de Estado irem estar presentes.
"O Brasil não está fora da COP25, mas, por uma questão que preocupa a todos aqueles que têm conhecimento realmente sobre o Brasil, hão-de concordar comigo: nós não podemos assinar um acordo onde alguns objetivos são impossíveis de nós atingirmos", sublinhou o presidente brasileiro, referindo não poder ser acusado pela comunidade internacional por não preservar o ambiente: "O Brasil nada deve para o mundo no tocante à preservação do meio ambiente".
"A minha grande preocupação é a região amazónica. A região amazónica não pode continuar em risco de ser internacionalizada. É um patriotismo da nossa parte. É uma preocupação, sim, de nós mantermos aquela área sob o nosso domínio", explicou. O governo de Bolsonaro tem grandes ligações com o agronegócio e este tem fortes interesses na Amazónia, sendo acusado por muitos ativistas de a destruir para poder expandir os seus negócios.