Catarina Sequeira, 26 anos, estava grávida de 12 semanas quando teve um severo ataque de asma que fez com que perdesse os sentidos, e ficasse hospitalizada em Vila Nova de Gaia. Um dia após o Natal de 2018 foi-lhe declarada morte cerebral.
A jovem foi então transferida para o São João no Porto onde ficou ligada ao suporte de vida, continuando a gestação de Salvador, que deverá nascer nos próximos dias, segundo avançou o Correio da Manhã.
O bebé será um prematuro extremo, como era Lourenço, que nasceu em 2016 às 32 semanas em circunstâncias semelhantes às de Catarina Sequeira.
“Vou amar o meu neto e já aceitei que a minha filha morreu. Quero levar o processo até ao fim, por mais doloroso que seja para que possa depois lembrá-la como a menina sorridente que sempre foi”, disse a mãe da jovem, Maria de Fátima Branco, citada pelo Correio da Manhã.
A família de Catarina Sequeira reuniu com a Comissão de Ética daquela unidade de saúde, no Porto, e apesar dos riscos decidiu manter a jovem ligada ao suporte de vida até Salvador nascer.
“Não vou perder a força que tenho graças à força que a minha filha sempre nos deu e pelo amor que tinha por nós. Tenho cá mais oito [filhos] que também precisam de mim”, explicou a mãe da jovem que admitiu, no entanto, que se voltasse atrás tinha tomado outra decisão.
“Se fosse hoje, tudo tinha acabado naquele dia. Primeiro, porque a minha filha está a ser um suporte de vida; segundo, porque não se sabe como vai nascer o bebé e isto mata-me”, sublinhou Maria de Fátima Branco.
Recorde-se que é o segundo caso de um parto de uma criança, cuja mãe está em estado de morte cerebral.
Em junho de 2006, Lourenço Salvador nasceu na Maternidade Alfredo da Costa, 15 semanas após ter sido declarada a morte cerebral da mãe.
