A falta de água continua a assombrar o país que no mês passado viu a situação de seca meteorológica agravar-se.
O mês de fevereiro já tinha feito os alarmes tocarem. Segundo o Boletim Climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), “no final de fevereiro verificou-se um aumento da área em seca meteorológica em relação ao final de janeiro”. Os números indicavam que 4,8% do território se encontrava em seca severa e 57,1% em seca moderada. E os números que se registaram em março continuam negros: até 28 de março houve um aumento da seca severa – passando para 37,5% face aos 4,8% registados no mês anterior. Os números revelam ainda que 45,1% do território se encontra em seca moderada. E, segundo Vanda Pires, da Divisão de Clima e Alterações Climáticas do IPMA, em entrevista à Lusa, registou-se 0,5% de território em seca extrema – o que não se verificou em fevereiro.
As previsões para o mês que se avizinha também não são animadoras: o IPMA estima que o tempo seco continue durante o mês de abril. “Abril é normalmente um mês que traz precipitação. Se isso não se verificar, a tendência é para agravar, uma vez que os meses de maio e junho são meses de pouca precipitação e a ocorrer já não será suficiente para colmatar a situação de seca”, disse a responsável.
A situação de seca já tinha chamado a atenção do Governo. Capoulas Santos, ministro da Agricultura, já tinha considerado o panorama preocupante, mas tinha afastado a hipótese de que este ano se voltasse a repetir o cenário vivido em 2018.
O Executivo também já reforçou as medidas de combate a este problema: foram pré-contratos camiõs-cisterna para abastecer as regiões que venham a precisar.
Além disso, o IPMA revelou ainda que o inverno deste ano foi o quarto mais seco do século, e que a falta de precipitação fez com que “se instalasse uma situação de seca meteorológica em todo o território, mas com maior intensidade na região sul”