O comediante português tinha planeado uma viagem ao Irão, mas o que seria uma visita de três semanas ao país foi reduzido para algumas horas no aeroporto de Teerão.
“Depois de quase 24h de viagem em que mal dormi, fiquei mais 8 horas à espera sem descansar, sem comer e sem ter o meu passaporte comigo”, escreveu Diogo Faro no Instagram.
O humorista começa o seu post, onde relata a aventura iraniana, com o sarcasmo que já lhe é reconhecido. “Do que vi do Irão (foto n2), amei tudo. É lindo, de facto. Só que fartei-me rápido, já vou andando. Quer dizer, não foi bem assim. Para ser mais correcto, fui deportado por ser comediante – o que pelos vistos é uma profissão tão perigosa para o regime como jornalista ou militar (estas vêm com aviso nos guias)”, escreveu.
“Foi bonito. Depois de quase 24h de viagem em que mal dormi, fiquei mais 8 horas à espera sem descansar, sem comer e sem ter o meu passaporte comigo, para agora ser deportado. Estou super feliz”, continuou com ironia.
“No fundo, foi como ser barrado no Lux só que a perder ligeiramente mais dinheiro. Claro que não estou nada irritado, na foto estou só a coçar o nariz porque as ditaduras me fazem comichão. Mas também, no fundo, ando para aí a ser marxista cultural, a defender a igualdade de género e os direitos LGBTI, estava à espera de quê? Pus-me mais a jeito que uma mulher de mini-saia”, acrescentou.
Questionado sobre o caso pela revista Sábado, Diogo Faro explicou que foi depois de dizer às autoridades alfandegárias iranianas qual era a sua profissão que começaram os problemas.
"Eu disse que era comediante e começaram logo a fazer perguntas sobre ser conhecido em Portugal, de forma evasiva. Comecei a achar aquilo estúpido", contou.
"Começaram a demorar muito tempo com os processos, enquanto toda a gente entrava e eu não. Ainda falei com pessoas que já estiveram cá no Irão, contactos relevantes, tentaram ajudar-me mas não conseguiram fazer nada", adiantou, concluindo: "A única explicação que encontro é o facto de ser comediante”.