Celso Augusto, um dos 17 arguidos acusados de fazerem parte de um grupo criminoso que fez assaltos a casas em Cascais e na capital, negou estar envolvido nos assaltos por estar a cumprir pena de prisão e invocou os nomes de Paulo Pereira Cristóvão – antigo inspetor da Polícia Judiciária (PJ) e antigo vice-presidente do Sporting – e Nuno Mendes – mais conhecido por Mustafá, o líder da Juve Leo.
Segundo a versão do arguido, foi em 2012 que a amizade com o antigo vice-presidente do clube cresceu. Pereira Cristóvão estaria à procura de investidores para acordar o passe de um jogador do Sporting e, a partir daí, terá sido feito um contacto com um negociante – que comprou um terreno no valor de meio milhão de euros. Na altura da compra, a promessa seria de que o terreno viria a ganhar uma valorização e passaria a valer um milhão de euros. Mas tal não se verificou e o valor final do terreno era de 150 mil euros.
Dada a diferença entre o valor pago inicialmente e o valor final do terreno, Pereira Cristóvão terá ficado responsável por recuperar o dinheiro perdido e, por essa razão, terá ido até casa de Celso, acompanhado por Mustafá, para ver o contrato da compra. Terá sido a partir desse momento que perdeu o contacto com Pereira Cristóvão e Mustafá, adiantou.
Já a versão de Pereira Cristóvão contraria a de Celso Augusto. Na sessão anterior, o antigo vice-presidente do Sporting disse que em dois assaltos assumiu o papel de “pombo correio” e que a recuperação do dinheiro terá sido ideia de Celso. Além disso, segundo Pereira Cristóvão, terá sido Celso a pedir-lhe para falar com Mustafá.
Em causa estão crimes de associação criminosa, roubo, sequestro, posse de arma proibida, abuso de poder, violação de domicílio por funcionário e falsificação de documento.