À passagem do Ciclone Idai, em Moçambique, muitas vidas se foram, mas no meio do caos, também muitas vidas surgiram. Sara é um destes casos. Amélia, a mãe, teve-a em cima de uma árvore de manga e lá permaneceram durante dois dias.
"Eu estava em casa com o meu filho de dois anos de idade, quando de repente, sem aviso, a água começou a entrar dentro da casa, e eu não tive outra opção a não ser subir numa mangueira, próxima à minha casa. Então as dores começaram, e eu não tinha ninguém por perto para me ajudar. Em cima daquela árvore eu dei à luz a minha filha Sara. Eu estava sozinha com a Sara e o meu filho, ficámos naquela árvore durante dois dias depois do nascimento da Sara. Mais tarde, os vizinhos ajudaram-me a descer e chegámos a este lugar seguro," contou Amélia à Unicef, de acordo com um comunicado citado pelo Diário de Notícias.
Amélia é mãe solteira e está agora com os filhos no centro de acomodação improvisado de Nhamhemba, no posto administrativo de Dombe, em Manica.
"Sara está a ser amamentada constantemente pela mãe Amélia, que está a receber apoio das outras mães afetadas no centro de acomodação. Amélia também recebe assistência de saúde e nutrição do agente comunitário de saúde Josias Tchaka. Josias também perdeu sua casa e os seus bens durante o ciclone Idai, mas por ter sido treinado desde 2015 pelo Ministério de Saúde, ele foi o único provedor de cuidados primários de saúde e nutrição para os seus vizinhos", refere o mesmo comunicado da Unicef.
Recorde-se que de acordo com o último balanço provisório o número de mortos provocados pelo ciclone Idai e as cheias que se seguiram subiu para 598.