Lisboa, verão de 2030. Está um final de tarde perfeito para aproveitar o tempo com os amigos numa esplanada. No menu há várias opções: chips de bichos-da-seda, grilos desidratados ou snacks à base de gafanhoto. Para beber, a especialidade da casa é cerveja de besouro. Já está com água na boca? Se não, comece a habituar-se a esta ideia: muitos defendem que os alimentos feitos com insetos são o futuro.
Em Portugal já existem várias empresas que se dedicam a este negócio, mas ainda não têm autorização para comercializar os seus produtos. Em causa está a regulamentação aplicada pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar. “Quem quiser colocar um produto destes no mercado tem de submeter um dossiê à Comissão Europeia fazendo prova de que o alimento que quer comercializar é seguro para consumo humano. Tendo em conta os prazos que estão definidos pelo regulamento, é expetável que até ao final deste ano haja uma decisão. E quando esta for divulgada, será aplicável em todos os países da União Europeia e a qualquer operador, não apenas aos que submeteram o dossiê. Aí sim, já será possível começar o negócio”, explicou ao i José Gonçalves, responsável pela Nutrix, uma empresa portuguesa que se dedica à produção de uma bolacha gluten-free, com um alto teor de proteína graças a um ingrediente muito especial: o grilo.