Os EUA colocaram pela primeira vez uma organização governamental de um país na lista oficial de entidades terroristas.
O anúncio foi feito por Donald Trump, em comunicado, referindo-se à inclusão da Guarda Revolucionária iraniana, uma divisão especial das Forças Armadas do Irão, criada após a revolução de 1979. Com esta decisão, os Estados Unidos reconhecem o Irão como um país que “não é apenas um Estado patrocinador do terrorismo, mas (…) participa, financia e promove o terrorismo".
A designação de “organização terrorista” implica a aplicação de sanções, um acréscimo às medidas punitivas que os EUA já tinham aplicado ao Irão, como o congelamento de ativos bancários e a proibição de empresas fazerem negócio com organizações iranianas.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, citado pela Lusa, pediu esta segunda-feira a todas "as empresas e bancos do mundo" que cortem ligações financeiras com a Guarda Revolucionária iraniana.
O Parlamento do Irão, assim como a Guarda Revolucionária Iraniana, já tinham avisado os EUA que adotariam represálias, caso decidissem avançar com esta decisão. "Se os norte-americanos fizerem uma jogada tão estúpida e puserem em perigo a nossa segurança nacional, aplicaremos medidas recíprocas", afirmou o comandante da Guarda Revolucionária do Irão, Mohamad Ali Yafari, que disse ainda à televisão estatal iraniana que se os EUA classificassem os Guardiães da Revolução como grupo terrorista, deixariam de ter paz no Médio Oriente.
No entanto, o Parlamento iraniano tinha já dito, horas antes, que tinha elaborado um projeto de lei, como "medida de reciprocidade", que colocaria o Exército norte-americano na lista dos grupos terroristas.