António Variações foi um dos nomes mais sonantes que passaram durante aquela peculiar festa, para além de Herman José, Marina Mota, GNR, Rádio Macau, Santos e Pecadores, The Gift, Tony Carreira, Rui Veloso, Pedro Abrunhosa e Delfins.
Esta iniciativa resultou de uma parceria da Comissão Organizadora da Feira da Isabelinha 2019 e da Comissão Promotora da Homenagem a António Variações (2018 e 2019) e a homenagem terá a presença de familiares do cantor, ocorrendo no final da atuação da rapper Cálua e antes do início do concerto do Grupo Calema, agendado para as 22 horas do próximo domingo.
O cantor minhoto, António Variações, é um ícone da cultura portuguesa e atuou na Feira da Isabelinha, em Viatodos, a 22 de abril de 1984, segundo assinalam os promotores desta homenagem.
Entretanto, o filme “Variações”, rodado o ano passado entre Lisboa e Amares, estará em exibição a partir de 22 de agosto, em todo o país, realizado por João Maia, argumentista da mesma longa metragem biográfica, num trabalho com produção de Fernando Vendrell, da david & golias – cinema e produção e audiovisual, sendo já aguardado com muita expectativa, depois da perseverança de responsáveis ligados ao projeto cinematográfico.
A Feira da Isabelinha
A Feira da Isabelinha, também designada Festa da Isabelinha, tem mais de um século de existência e com origem nos primeiros anos do Século XX, quando existia uma feira que era realizada todas as segundas-feiras no Largo do Monte da Feira, em Viatodos, no concelho de Barcelos, segundo revelou ao i Diogo Fonseca, da Feira da Isabelinha – Associação Cultural e Recreativa, de Viatodos.
“Isabelinha era a dona da pensão junto à farmácia e a sua hospedaria era um ponto de encontro para os feirantes que naquela altura viajavam pela região na venda dos seus produtos, sendo simpática e bem-disposta nunca rejeitando acolher todos os que por ali passavam”, segundo explicou o mesmo responsável.
“Em 1933 um grupo de rapazes da freguesia decidiu então organizar uma feira franca na segunda-feira de Páscoa onde se fizeram muitos negócios e o povo foi animado com música de Caldas das Taipas e de Cabeceiras de Basto existindo naquela altura também bastante fogo-de-artifício, havendo inclusivamente prémios para a melhor junta de gado, o melhor cavalo e o melhor suíno”, acrescentou Diogo Fonseca.
Nas edições seguintes a organização começou a promover uma corrida de bicicletas, e cantares ao desafio a Feira da Isabelinha começou a ganhar projeção na imprensa local numa festa que pretendia o bem da terra, o bem do lavrador e o bem geral, como salientou aquele elemento da Feira da Isabelinha – Associação Cultural e Recreativa.
“No fim dos anos 60 surgiu o primeiro espetáculo musical, no domingo à noite, dia de Páscoa e com a expansão depois de 1976 começaram a serem realizados três dias de festa, incluindo ao sábado, um ano depois as festas incluíam a exposição de pintura, escultura e artesanato na Escola Primária, realizando-se pela primeira vez o 1º Prémio de Atletismo da Páscoa”, revelou Diogo Fonseca.
“A Feira da Isabelinha ganhou prestígio e admiração, constituindo um ponto de encontro de milhares de visitantes de todo o país numa feira que conta hoje em dia com quatro dias sendo um local de convívio para os que passam entre Barcelos, Braga e Vila Nova de Famalicão”, concluiu o mesmo elemento da organização da popular festa de Viatodos.