Mais de 12 mil crianças foram vítimas de abuso sexual por escuteiros

Em causa está uma organização de escuteiros norte-americana

Mais de 12 mil crianças norte-americanas (12.354) terão sido vítimas de abuso sexual por parte da organização de escuteiros ‘Boy Scouts of America’. A informação foi divulgada esta terça-feira num relatório conhecido como “os ficheiros da perversão”, apresentado em tribunal pelo advogado Jeff Anderson, especialista na defesa de vítimas de abuso sexual em casos relacionados com a Igreja e os escuteiros.

No total, foram identificados 7.819 suspeitos. Os crimes terão corrido entre 1944 e 2016.

O relatório, levado a cabo por Janet Warren, professora da Universidade de Virgínia, que analisou a organização de escuteiros em questão nos últimos cinco anos, revela ainda que os alegados agressores, líderes e voluntários, foram afastados e as autoridades alertadas, de acordo com o The New York Times.

Os escuteiros norte-americanos já reagiram e garantem que sempre apoiaram as vítimas.

“Preocupamo-nos profundamente com todas as vítimas de abuso e pedimos sinceras desculpas a quem possa ter sofrido durante o seu tempo no Escutismo. Acreditamos nas vítimas, que apoiamos e a quem pagámos ajuda ilimitada em termos de aconselhamento. Nada é mais importante que a segurança e a proteção das nossas crianças e, por isso, revolta-nos que alguns indivíduos se tenham aproveitado dos nossos programas para abusar de crianças inocentes”, referia o comunicado, citado pelo The New York Times.

Segundo a mesma publicação, o advogado Jeff Anferson adiantou ainda que 130 dos suspeitos estão em Nova Iorque. No início do ano, o estado aprovou uma lei que faz com que as acusações possam agora ser averiguadas, independentemente do ano em que foram cometidas.

Atualmente, fazem parte dos ‘Boy Scouts of America’ mais de 2,2 milhões de crianças e cerca de um milhão de voluntários.

Jeff Anderson quer agora que os nomes dos agressores sejam divulgados.